Guedes diz que reforma tributária está pronta e espera processamento político

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, faz palestra de encerramento do Seminário de Abertura do Legislativo de 2020. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

São Paulo – A proposta do governo para a reforma tributária está pronta, mas não foi apresentada até agora porque isto depende do “processamento político” deste tema, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Só esclarecendo, [a reforma] tributária está aí, pronta, esperando processamento político. Tento me entender com Congresso, ele é reformista, quer avançar, mas tem muito jogo político”, afirmou o ministro em entrevista à rádio Jovem Pan.

Ele também indicou que o governo segue interessado em criar um imposto com alíquota pequena que possa ser aplicado a pagamentos, de forma a ampliar a base de arrecadação e, com isso, abrir espaço para desonerar contratações ou outras áreas.

“Só tem uma forma de simplificar e reduzir alíquotas: ampliando a base. Quando se falava num imposto sobre pagamentos a ideia era ampliar base. Se todo mundo paga um pouquinho você não precisa pagar muito”, disse ele, sobre a proposta anterior de um imposto amplo sobre pagamentos, que foi refutado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que resultou na demissão do então secretário da Receita, Marcos Cintra.

Guedes disse que há duas bases de impostos, os diretos – como o imposto de renda – e os indiretos – que incidem sobre o consumo, por exemplo. “Nossa ideia é colocar terceira base, de pagamentos, comércio eletrônico, que estão crescendo”, disse Guedes.

“As notas fiscais eletrônicas de pagamentos entre companhias em junho foram 70% acima de junho do ano passado. Mais e mais estamos entrando num mundo digital em que operações são feitas digitalmente”, disse ele, acrescentando que um imposto com alíquota pequenininha, de 0,2%”, sobre o comércio eletrônico ajudaria a ampliar a base de arrecadação.

Ele também indicou que a equipe econômica não descarta a cobrança de um imposto sobre transações financeiras, dizendo “que ele é feio mas não é cruel”.