Governo vai anunciar medidas para aumentar produção e reduzir preço de alimentos no novo Plano Safra

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Reunião do presidente Lula com os ministros Rui Costa, Fernando Haddad, Carlos Fávaro e Paulo Teixeira, e o diretor-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, no Palácio do Planalto, em Brasília (14/03/24). Foto: Ricardo Stuckert.

São Paulo – Em entrevista a jornalistas após a reunião com o presidente Lula, os ministros Paulo Teixeira (desenvolvimento agrário e agricultura familiar), e Carlos Fávaro (agricultura) disseram que o governo vai anunciar medidas para aumentar produção e reduzir preço de alimentos no novo Plano Safra.

“O presidente chamou a equipe de ministros para discutir a alta dos preços de alimentos ocorrida no final do ano, por que é uma preocupação do presidente que a comida chegue barata na mesa do povo brasileiro. E todas as evidências é que já baixou. Teve uma diminuição de preço ao produtor e terá uma diminuição ainda maior de preços ao produtor. Esse aumento ocorreu em função de questões climáticas, que foram muito importantes no Brasil. Todo mundo assistiu, a alta temperatura no centro-oeste, as chuvas ocorridas no sul do Brasil, enfim, foi um aumento sazonal e a tendência agora é diminuir”, disse Paulo Teixeira.

“Ao mesmo tempo, nós conversamos muito com o presidente Lula sobre mudanças que nós faremos no Plano Safra no sentido do aumento da produção de alimentos no nosso país”, acrescentou.

O ministro da Agricultura disse que mostraram para o presidente Lula o contexto dos eventos climáticos nos preços dos alimentos. “Por exemplo, no final do ano, teve um aumento no preço do arroz no supermercado, na entressafra. Lembrando que o Rio Grande do Sul produz praticamente 85% de todo o arroz consumido no Brasil e que tivemos enchentes no Rio Grande do Sul, exatamente nas áreas produtoras, o que deu certa instabilidade. O fato é que estamos com a colheita em torno de 10%, no Rio Grande do Sul, e os preços aos produtores já desceram de R$ 120 para em torno de R$ 100 a saca, e esperamos que os atacadistas transfiram essa baixa dos preços para as gôndola dos supermercados, que é onde as pessoas compram”, explicou Fávaro.

“Porque senão as pessoas falam, ‘ué, o o governo disse que o preço do arroz baixou, mas eu estou comprando aqui e ainda não baixou’. Mas ao produtor já baixou”, ressaltou o ministro da agricultura.

Fávaro também disse que espera que, com a colheita chegando até 50%, 60% da produção nos próximos dias, o preço do arroz ainda ceda um pouco mais, mas que os atacadistas também repassem essa redução dos preços ao consumidor.

Fávaro também disse que, em paralelo, também tem a questão do feijão, que teve uma quebra na produção na ordem de 3,5%, mas que a terceira safra do feijão está sendo plantada agora.

Outra preocupação é o trigo, devido ao crescimento da produção de cevada, principalmente no Paraná, com grandes indústrias cervejeiras se instalando.

Com isso, o ministro da Agricultura disse que o governo vai tomar medidas para que haja incentivos à produção de arroz, feijão, trigo, milho e mandioca no novo Plano Safra.

O ministro destacou o papel da Conab de comprar estoques públicos, que foi fundamental durante a seca, e que a adoção dessa e de outras medidas poderão ser estudadas pela equipe econômica.

“Estimamos que, se com entre 7% e 10% da safa de arroz colhida, o preço ao produtor baixou 20%, que os atacadistas comecem a baixar o preço também. E quando essa safra de arroz chegar a 50% nos próximos 30 dias, que o preço caia mais e chegue ao consumidor.”

O ministro também disse que foram discutidas medidas para fomentar, principalmente, a agricultura familiar, para aumentar a produção e oferecer alimentos mais baratos à população, como por exemplo, incentivar a produção mais próxima dos centros consumidores. “Esse papel vai caber à Conab no nosso plano safra, que já acontece e será intensificado.”