G-20 teve recorde no comércio internacional no 1º tri, diz OCDE

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São Paulo – Os países do G-20 (grupo que reúne economias mais industrializadas e países emergentes) tiveram um volume recorde de comércio de mercadorias no primeiro trimestre, segundo levantamento feito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As exportações aumentaram 8,0% em relação ao quarto trimestre de 2020, para US$ 4,022 trilhões, enquanto as importações cresceram 8,1%, para US$ 3,973 trilhões.

“Com exceção do Reino Unido, todas as economias do G-20 tiveram crescimento positivo no primeiro trimestre, com a depreciação do dólar e os aumentos relacionados nos preços de commodities desempenhando um papel na recuperação das mínimas observadas durante o período da covid-19”, disse a OCDE num documento.

Os preços das commodities agrícolas, incluindo cereais e óleos vegetais, aumentaram em mais de 10% no primeiro trimestre, enquanto os de metais ficaram perto de níveis observados pela última vez em 2011. A Argentina, que teve alta de 33,3% no valor das exportações, a Austrália (+17,5%), o Brasil (+14,7%) e a África do Sul (+17,3%), que estão entre os principais exportadores destes produtos no G-20, foram os mais beneficiados pela alta nos preços das matérias-primas.

Além disso, o aumento de quase 35% nos preços do petróleo bruto no primeiro trimestre de 2021 se traduziu em exportações maiores para Canadá (+10,8%), Rússia (+13,1%) e Indonésia (+12,4%). Uma vez que os produtos de energia são uma importação importante para a maioria das economias do G20, os aumentos de preços também resultaram em valores de importação mais altos no mesmo período, disse a OCDE.

O aumento nas compras de eletrônicos, decorrente do período da pandemia e de uma maior digitalização do trabalho, levou a um aumento na demanda por semicondutores e circuitos integrados. Isso e outros fatores fizeram a demanda crescer mais rápido que a oferta destes produtos, resultando em escassez e consequente aumento de preços, disse a organização.

“Embora o maior comércio de semicondutores tenha contribuído parcialmente para o crescimento do comércio total de mercadorias nos Estados Unidos (exportações e importações cresceram 5,7% e 5,3%, respectivamente), a escassez de chips afetou, em particular, as cadeias de suprimentos automotivas. A desaceleração nos embarques de veículos e peças pesou sobre as exportações totais de mercadorias da França (+2,7%) e do México (+0,4%), ambos bem abaixo da média do G-20”.

A China, o maior comerciante de bens do grupo, teve alta de 18,9% nas exportações e de 19,0% nas importações no primeiro trimestre. O crescimento das importações chinesas foi liderado por metais e minérios, cereais e circuitos integrados, enquanto o crescimento das exportações foi puxado por produtos eletrônicos, incluindo circuitos integrados, veículos e têxteis (incluindo máscaras faciais). Na União Europeia, as exportações e importações cresceram 3,8% e 5,0%, respectivamente.

O Reino Unido foi a única economia do G20 a registrar queda no comércio de mercadorias, tanto nas exportações (-5,7%) quanto nas importações (-10,5%). A desaceleração segue grandes aumentos no trimestre anterior, quando houve um movimento de aumento de estoques antes de o país deixar o mercado único da UE.