Fundo soberano da China CIC lucra 37,2% menos em 2018

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Por Gustavo Nicoletta

São Paulo – A China Investment Corporation (CIC), fundo soberano da China que gerencia quase US$ 1 trilhão em ativos, registrou queda de 37,2% no lucro de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 65,06 bilhões, e citou entre as justificativas para a queda no desempenho a tensão no comércio mundial.

“Em 2018, a economia global desacelerou de uma taxa de crescimento elevada, com as maiores economias demonstrando divergência significativa e a liquidez global continuando a diminuir. A isto se somaram as fricções comerciais, geopolíticas e outros fatores de risco. A confiança do investidor foi abalada pela volatilidade no mercado financeiro internacional”, acrescentou.

No ano passado, a carteira de investimentos internacionais do CIC foi composta principalmente por “investimentos alternativos” – categoria que inclui, entre outras coisas, aplicações em fundos de hedge, commodities e em empresas de capital fechado. A fatia passou de 39,3% em 2017 para 44,1% em 2018, passando a ocupar o posto que antes pertencia a ações de empresas de capital aberto, cuja participação na carteira caiu de 38,3% para 43,6%.

As aplicações em renda fixa passaram de 15,9% para 15,2%, enquanto dinheiro em caixa e títulos de curto prazo dos Estados Unidos aumentaram de 1,2% para 2,4%.

Das ações de empresas de capital aberto que fazem parte da carteira internacional do CIC, a maioria continuou sendo de empresas dos Estados Unidos, que corresponderam a 53,5% da posição (ante 52,0% em 2017). A fatia de empresas de economias desenvolvidas excluindo Estados Unidos atingiu recuou de 33,8% para 33,2%, enquanto a de empresas de países emergentes caiu de 14,2% para 13,3%.

No caso da renda fixa, os títulos de dívida soberana de economias avançadas continuaram sendo o maior investimento internacional, com 47,3%, mas perderam espaço em relação a 2017, quando ocupavam 53,7% da carteira. Os papéis soberanos de países emergentes aumentaram sua participação de 9,0% para 9,6%, enquanto os títulos de empresas subiram de 17,3% para 20,4%. Outros produtos de renda fixa saíram de 20,0% para 22,7%.