FMI reduz projeção de alta do PIB mundial de 6,0% para 5,9% em 2021

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Lado externo da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, D.C. / Foto: Brendan Smialowski / AFP / Getty Images

São Paulo – A economia global deve crescer menos do que o projetado este ano, refletindo um desempenho mais fraco dos países avançados e dos países em desenvolvimento de baixa renda. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) mundial subirá 5,9% e não mais 6,0% este ano como o estimado em julho. Já para 2022 a previsão foi mantida em 4,9%. Em 2020, o PIB global encolheu 3,1%.
“O acesso à vacina continua sendo o principal fator de falha linhas na recuperação global, reforçadas pelo ressurgimento da pandemia. Muitas economias avançadas viram progresso notável nas vacinações desde o relatório de projeções de abril. Em contraste, a maioria dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento tiveram uma implantação muito mais lenta, dificultada pela falta de oferta e restrições à exportação”, diz o FMI.
Segundo o FMI, as economias avançadas alcançaram ampla disponibilidade de vacinas, sendo a hesitação ao invés do suprimento inadequado a principal restrição para um avanço ainda maior na imunização contra a covid-19.
“Cerca de 58% da população nas economias avançadas foi totalmente vacinada. Em contraste, o resto do mundo tem percentagens nitidamente mais baixas da população totalmente vacinada, com cerca de 36% nas economias de mercado emergentes e menos de 5% nos países em desenvolvimento de baixa renda. Nessas economias, o suprimento e a distribuição de vacinas continuam sendo as principais restrições”, diz o FMI.
A previsão, segundo o Fundo, pressupõe que algumas economias de mercado emergentes se juntarão às economias avançadas para obter amplo acesso à vacina ainda este ano e que a maioria dos países irá adquirir amplo acesso até o final de 2022 e alguns apenas em 2023.
“No entanto, parece provável que as vacinações por si só não serão capazes de eliminar completamente a transmissão do Sars-CoV-2, embora permaneçam eficazes contra os efeitos mais adversos da pandemia para a saúde (doença grave e morte)”, diz o FMI.
Como resultado, o Fundo espera que as hospitalizações e mortes sejam reduzidas a níveis baixos em todos os lugares até o final de 2022 por meio de uma combinação de melhor acesso a vacinas e terapias, com precauções mais direcionadas e eficazes.
“Alguns países podem reduzir os resultados adversos para a saúde pública mais cedo do que outros, dependendo das circunstâncias específicas de cada país. As projeções são atenuadas pela possibilidade de novos surtos, principalmente antes que as vacinas se tornem amplamente disponíveis”, diz o FMI.