FMI alerta que crescimento global ficará abaixo de 2019 por novo coronavírus

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São Paulo – O crescimento econômico global este ano cairá abaixo dos níveis de 2019 devido aos efeitos do surto do novo coronavírus, mas é difícil prever até que ponto e quanto tempo durará a desaceleração, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

Em janeiro, o FMI projetou a expansão global de 2020 em 3,3%, uma aceleração em relação aos 2,9% de 2019. “Trabalhamos com vários cenários, que vão desde o controle do surto até o pior cenário. Até então, o surto estava restrito à China, mas essa situação mudou, então precisamos de tempo para rever nossas projeções”, disse Georgieva durante uma coletiva de imprensa.

Nesse cenário, Georgieva disse que a China deve sentir a maior parte do impacto econômico derivado do surto e a desaceleração do crescimento global dependerá da eficácia das ações políticas. “Os países que têm espaço fiscal, devem usá-lo neste momento para mitigar os efeitos do surto”, afirmou.

Na coletiva, Georgieva anunciou que o FMI desembolsará o mais rápido possível um montante equivalente a US$ 50 bilhões para países de baixa renda para que possam combater o novo coronavírus.

O presidente do Bando Mundial, David Malpass, que também participou da coletiva, afirmou que os países em desenvolvimento e as nações mais pobres sentirão o impacto da desaceleração global por conta do surto de uma maneira mais intensa.

No entanto, Malpass se mostrou otimista e disse que a ação coordenada de bancos centrais, de órgãos multilaterais como o FMI e o Banco Mundial e do G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) devem apoiar o investimento privado mesmo em um cenário de turbulência como o atual.

Ontem, o G-7 divulgou comunicado indicando que irão utilizar “todas as ferramentas apropriadas para alcançar um crescimento forte e sustentável e oferecer proteção contra riscos possíveis” em meio aos efeitos possíveis da epidemia do novo coronavírus na economia global.

Na segunda-feira, o FMI e o Banco Mundial colocaram seus instrumentos de financiamento e seu corpo técnico à disposição de países que precisarem de ajuda para combater o surto do novo coronavírus.

No final de 2019, a China relatou um surto de pneumonia na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei, causada por uma nova variedade de coronavírus denominada SARS-CoV-2, enquanto a doença que causa foi chamada Covid-19.

Globalmente, o novo vírus já infectou mais de 94 mil pessoas em mais de 70 países e causou mais de 3.200 mortes, a esmagadora maioria na China