Fitch afirma nota de crédito da Rumo em BB com perspectiva negativa

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Foto divulgação: Rumo

São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou a nota crédito da Rumo em ‘BB’ com perspectiva negativa para refletir a sólida posição de negócios da companhia em operação de ferrovias no Brasil, destacando suas margens operacionais e fluxo de caixa operacional, forte liquidez e alavancagem líquida, medido pela relação dívida líquida sobre ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de 3,0 vezes.

“A Rumo deve continuar se beneficiando da expansão agrícola no Brasil à medida que a empresa captura volumes adicionais, principalmente provenientes de sua mais nova rede Malha Central. A propriedade da Rumo pela Cosan, que também possui empresas líderes em vários setores, é também uma consideração de crédito fundamental”, disse a agência, em nota.

Entre os pontos-chave da classificação, a agência destaca a que as operações da Rumo se beneficiam do forte fluxo de comércio internacional associado ao crescente setor agrícola do Brasil, e que o setor de transporte ferroviário não foi impactados negativamente pela pandemia do coronavírus.

A Fitch espera que a Rumo transporte 70 bilhões de toneladas de receita por quilômetro (RTK) em 2021, aumentando para 80 bilhões de RTK em 2022 conforme a nova linha Malha Central aumenta. O volume deve aumentar em aproximadamente 10% a 17% ao ano a partir de 2021, impulsionado pela inauguração da Malha Central, que entrou em operação no primeiro trimestre.

As margens ebtida devem melhorar para a faixa entre 41% e 48% ao longo do horizonte de rating, enquanto a empresa ganha escala, após cair para 40% em 2020, com as novas exigências de investimento da renovação da concessão da Rumo Malha Paulista pressionando o fluxo de caixa livre da empresa. A Fitch projeta investimentos de cerca de R$ 15 bilhões de 2021 a 2024, resultando em fluxo de caixa livre negativo de aproximadamente R$ 4,0 bilhões para o período.

A Rumo deve ter baixa alavancagem líquida de 2,5 vezes para 3,0 vezes, durante os altos níveis de investimento nos próximos quatro anos, com pico em 2021, com melhorias na geração de caixa operacional lideradas por ganhos de escala provenientes dos investimentos.

“Os riscos do setor ferroviário são baixos, sustentados por uma demanda consistente, altas barreiras de entrada e baixa concorrência”, acrescenta a agência.