Fed reduz juros a quase zero e injetará US$ 700 bi na economia

802
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell / Foto: Fed

São Paulo – Em mais uma ação inesperada, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortou a taxa básica de juros em um ponto percentual (pp), para a faixa entre zero e 0,25% ao ano e anunciou um programa de recompra que totaliza US$ 700 bilhões em Treasuries e hipotecas em uma resposta mais agressiva aos efeitos do novo coronavírus sobre a economia dos Estados Unidos.

“O surto de coronavírus prejudicou comunidades e interrompeu a atividade econômica em muitos países, incluindo os Estados Unidos”, diz Fomc em comunicado. “O Federal Reserve está preparado para usar toda a sua gama de ferramentas para apoiar o fluxo de crédito a famílias e empresas”, acrescentou.

A ação não foi unânime. A presidente da unidade do Fed de Cleveland, Loretta Mester, votou contra a decisão, que acontece pouco mais de dez dias depois do primeiro corte emergencial da taxa de juros realizada pelo banco central norte-americano. Em 3 de março, o Fed reduziu a taxa básica em 0,50 pp, para a faixa entre 1,00% e 1,25% – medida que não era vista desde a crise financeira de 2008.

No comunicado de ontem, o Fomc diz que manteria os juros no novo nível “até ter certeza de que a economia resistiu a eventos recentes e está no caminho certo “para atingir seu mandato de estabilidade de preços e pleno emprego”.

Juntamente com o corte da taxa de juros, o Fed comprará pelo menos US$ 500 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 200 bilhões em títulos lastreados em hipotecas a partir de hoje e nos próximos meses para ajudar a desobstruir mercados que apresentaram problemas de funcionamento na semana passada.

Além disso, o banco central norte-americano anunciou uma série de medidas para fomentar o crédito, entre elas reduziu a taxa cobrada dos bancos por empréstimos de emergência de curto prazo de sua janela de desconto em 1,50 pp, para 0,25%. Essa taxa é mais baixa após o auge da crise financeira de 2008.

O Fed também estendeu a 90 dias os termos desses empréstimos.

A autoridade monetária informou ainda que incentivaria os bancos norte-americanos a utilizar seus colchões de capital e liquidez para emprestar a famílias e empresas que podem sentir o efeito do novo coronavírus.