Fed mantém juros próximos de zero e sinaliza disposição em apoiar economia

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Prédio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Washington. Foto: Divulgação/ Federal Reserve

São Paulo – Como era amplamente esperado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos inalterada na faixa entre zero e 0,25% ao ano e reforçou a mensagem de que está pronto para ajustar sua política casos os riscos para a economia, o emprego e a inflação no país aumentem. A decisão de hoje é unânime.

“O Comitê decidiu manter a faixa de juros entre zero e 0,25% ao ano e espera que seja apropriado manter essa faixa até que as condições do mercado de trabalho tenham alcançado níveis consistentes com as avaliações do Comitê de emprego máximo e de que a inflação acelerou para 2% e está a caminho de exceder moderadamente 2% por algum tempo”, diz o comunicado.

Na decisão, o Fomc reafirmou seu compromisso com o pleno emprego e como a estabilidade de preços.

“O Comitê busca atingir o nível máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. Com a inflação persistentemente abaixo dessa meta de longo prazo, o Comitê terá como objetivo atingir a inflação moderadamente acima de 2% por algum tempo, de modo que a inflação média seja de 2% ao longo do tempo e as expectativas de inflação de longo prazo permaneçam bem ancoradas em 2%’, afirma o comunicado.

Para as futuras decisões, o Fomc indica que continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas.

“O Comitê está preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado, caso surgissem riscos que pudessem impedir o cumprimento dos objetivos do Comitê”, diz o comunicado.

As avaliações, segundo o Fomc, levarão em conta várias informações, incluindo leituras sobre saúde pública, condições do mercado de trabalho, pressões e expectativas inflacionárias e desenvolvimentos financeiros e internacionais.

COMPRA DE TREASURIES E HIPOTECAS

O comunicado mostra ainda que, nos próximos meses, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte americano) aumentará suas participações em títulos do Tesouro e títulos garantidos por hipotecas, pelo menos no ritmo atual para manter o funcionamento do mercado e ajudar a promover condições financeiras acomodatícias, apoiando o fluxo de crédito para famílias e empresas norte-americanas.

EFEITOS DA PANDEMIA

A atual crise provocada pela pandemia de covid-19 continuará a pesar sobre a atividade econômica norte-americana, o emprego e a inflação no curto prazo e apresenta riscos consideráveis para as perspectivas econômicas no médio prazo, segundo o Fomc.

“A pandemia de covid-19 está causando enormes dificuldades humanas e econômicas nos Estados Unidos e em todo o mundo. A atividade econômica e o emprego continuaram a recuperar, mas permanecem bem abaixo dos níveis do início do ano”, diz o comitê em comunicado.

Segundo o Fomc, a demanda mais fraca e quedas anteriores nos preços do petróleo têm mantido a inflação dos preços ao consumidor baixa nos Estados Unidos. “A trajetória da economia dependerá significativamente do curso do vírus”, afirma o comunicado.

Diante desse cenário, o comitê manteve a taxa de juros inalterada na faixa entre zero e 0,25% ao ano e afirmou o compromisso de usar todas as ferramentas disponíveis para apoiar a economia, o emprego e a inflação. Além disso, o Fomc se comprometeu a ajustar sua política casos os riscos aumentem.

“As condições financeiras gerais permanecem acomodatícias, em parte refletindo medidas de política para apoiar a economia e o fluxo de crédito para famílias e empresas dos Estados Unidos”, diz o comunicado.