Fed mantém juros e acelera redução de compra de ativos para janeiro

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell / Foto: Fed

São Paulo – Como era amplamente esperado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed,o banco central norte-americano) manteve a taxa de juros na faixa entre zero e 0,25% ao ano e também acelerou a redução de compra de ativos para pelo menos US$ 60 bilhões mensais. A decisão é unânime.

“À luz do aumento da inflação e da melhora do mercado de trabalho, o Comitê decidiu reduzir o ritmo mensal de suas compras de ativos líquidos em US$ 20 bilhões para títulos do Tesouro e US$ 10 bilhões para títulos lastreados em hipotecas de agências. A partir de janeiro, o Comitê aumentará suas participações em títulos do Tesouro em pelo menos US$ 40 bilhões por mês e em títulos lastreados em hipotecas de agências em pelo menos US$ 20 bilhões por mês”, diz o comunicado.

Na decisão, o Fomc deixa claro que a mudança na política monetária atual é motivada pelo aumento da inflação e incertezas sobre as variantes do coronavírus. A previsão para a inflação dos EUA em 2022, pelo PCE, subiu de 2,3% para 2,7%, e em 2023 de 2,2% para 2,3%.

“O comitê busca atingir o nível máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. Em apoio a esses objetivos, o Comitê decidiu manter a taxa de juros na faixa entre zero a 0,25%. Com a inflação excedente a meta de 2% por algum tempo, o Comitê espera que seja apropriado manter esse patamar até que as condições do mercado de trabalho tenham alcançado níveis consistentes com as avaliações do comitê de emprego máximo”, diz o comunicado.

Sobre a compra de ativos, o Fomc modificou a orientação e, a partir de janeiro, irá acelerar a redução para US$ 60 bilhões mensais, sendo US$ US$ 40 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 20 bilhões em hipotecas, até que haja progresso significativo na direção das metas.

“O Comitê julga que reduções semelhantes no ritmo de compras de ativos líquidos provavelmente serão apropriadas a cada mês, mas está preparado para ajustar o ritmo de compras se for justificado por mudanças nas perspectivas econômicas. As compras e detenções de títulos pelo Federal Reserve continuarão a promover o funcionamento regular do mercado e as condições financeiras acomodatícias, apoiando assim o fluxo de crédito para famílias e empresas”, diz o Comitê no comunicado.

Na reunião anterior, o Fomc anunciou o início dos cortes nas compras de ativos depois de mais de um ano comprando US$ 120 bilhões por mês. Em novembro, o banco disse que iria fazer reduções de US$ 10 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 5 bilhões em ativos hipotecários nos dois últimos meses de 2021, reavaliando a situação para janeiro.

Essa mudança de postura acontece depois que os membros do Fomc passaram a expressar preocupação com a inflação do país. Tanto Powell como outros diretores declararam que a pressão sobre os preços norte-americanos tem sido mais insistente do que o previsto por eles.