Fed corta taxa de juros dos EUA pela terceira vez este ano, para entre 1,50% e 1,75%

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Por Carolina Gama e Cristiana Euclydes

São Paulo – Como era esperado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortou a taxa referencial de juros dos Estados Unidos pela terceira vez este ano, em 0,25 ponto percentual, passando-a para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano.

A decisão, no entanto, não foi unânime, com dois dissidentes: Esther George – da unidade de Kansas City – e Eric Rosengren, de Boston, que optaram pela manutenção da taxa em 1,75% e 2,00% ao ano.

O Fomc justificou o corte com as condições da economia global e suas
repercussões para a economia norte-americana e também com a inflação branda no país. “À luz das implicações dos desenvolvimentos globais para as perspectivas econômicas e das pressões inflacionárias reduzidas, o Comitê decidiu reduzir a meta de alocação da taxa de juros”, diz o comunicado.

Ainda de acordo com o comitê, a decisão deve apoiar a expansão sustentada da atividade econômica dos Estados Unidos, as fortes condições do mercado de trabalho e a inflação perto do objetivo simétrico de 2%, embora as incertezas ainda persistam.

“O comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas, ao avaliar o ritmo apropriado do alcance da meta para a taxa de juros”, diz o comunicado.

Mais uma vez, o Fomc indicou que o momento e o tamanho dos futuros ajustes na taxa de juros estarão sujeitos às condições da economia, do mercado de trabalho e do comportamento da inflação.

“Essa avaliação levará em consideração uma ampla gama de informações, incluindo medidas das condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões inflacionárias e expectativas de inflação e leituras sobre desenvolvimentos financeiros e internacionais”, acrescenta o comunicado.

ATIVIDADE ECONÔMICA

A atividade econômica dos Estados Unidos tem aumentado a um ritmo moderado e o mercado de trabalho permanece forte, de acordo com Fed. Os dados econômicos recebidos desde a reunião anterior, de setembro, mostram que os ganhos de emprego são sólidos e que a taxa de desemprego permanece baixa.

“Embora os gastos das famílias tenham aumentado em um ritmo forte, os
investimentos de empresas e as exportações permanecem fracos”, de acordo com o comunicado.

Já a taxa de inflação dos Estados Unidos e o núcleo da inflação, que exclui a variação dos preços de alimentos e energia, estão abaixo de 2%.

Por fim, o Fed disse que “as medidas de compensação de inflação baseadas no mercado continuam baixas, e indicadores de expectativas de inflação baseadas em pesquisas de prazo mais longo mudaram pouco”.