Exportações de carne bovina crescem 47% em volume e 77% em receita, diz Abrafrigo

848
Foto: André Montejorge / freeimages.com

São Paulo – Com a movimentação de 182.341 toneladas, novo recorde para o mês, e uma receita de US$ 975,8 milhões, as exportações totais de carne bovina (carnes in natura, somadas as carnes processadas) apresentaram em fevereiro um crescimento de 47% no volume e de 77% na arrecadação de divisas, em relação a fevereiro de 2021, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos, que compilou as informações da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.
Nos primeiros dois meses do ano, a venda da carne bovina nos mercados internacionais está bastante aquecida e atingiu 342.339 toneladas, com receita de US$ 1,78 bilhão, crescimento de 36% no volume e de 62% na receita em relação ao mesmo período do ano passado, com 251.603 toneladas exportadas e receita de US$ 1,101 bilhão. Os preços médios de todos os tipos de carne bovina comercializadas também vêm subindo. Em fevereiro de 2021 eles foram de US$ 4,435 mil por tonelada e em fevereiro de 2022 atingiram a US$ 5,350 mil (+20%).
A China continua comandando a lista de países importadores, mas mesmo aumentando o volume diminuiu sua participação relativa. Comprou 140.946 toneladas nestes dois meses (41% do total) contra 119.031 em 2021 (era 47% do total), o que demonstra que a carne bovina brasileira está apresentando crescimento significativo também em outros mercados como Estados Unidos, Egito, Israel, Chile, Filipinas, Emirados Árabes, Itália e Rússia. Como segundo maior comprador estão os Estados Unidos que passaram de 7.616 toneladas no primeiro bimestre de 2021 (3% do total) para 43.451 toneladas em 2022 (12,7% do total), num crescimento de 470,5% na movimentação.
O Egito também voltou a fazer aquisições significativas e se transformou no terceiro maior cliente do país: em 2021 elas foram de apenas 8.241 toneladas (3,3% do total) e em 2022 já chegaram a 31.705 toneladas (9,3% do total), nos primeiros dois meses do ano. Em quarto lugar está Hong Kong, que paulatinamente vem reduzindo suas compras devido ao aumento de aquisições pelo continente, com 34. 571 toneladas importadas em 2021 e somente 20.594 toneladas em 2022 (-40,4%).
Em quinto, o Chile, com 10.599 toneladas em 2021 e 11.436 toneladas no mesmo período de 2002 (+ 7,9%); na sexta posição surgiu Israel, que em 2021 comprou 6.359 toneladas e, neste ano, já importou 10.042 toneladas (+57,9%); os Emirados Árabes ficaram na sétima posição, com aquisições de 6.349 toneladas em 2021 e agora 9.305 toneladas (+46,6%); a Rússia veio em oitavo lugar, com importações de 3.238 toneladas em 2021 e 8.627 em 2022 (+ 166%). No total, 88 países aumentaram suas compras da carne bovina brasileira in natura e processada, enquanto que outros 36 reduziram a movimentação.
CONFLITO NA UCRÂNIA
A corretora Ativa avalia que ao mesmo tempo que a crise instaurada pela deflagração do conflito entre a Rússia e a Ucrânia pressiona negativamente as ações da BRF e a JBS, por meio da sustentação de elevados preços nos grãos, sobretudo o milho, também pode
levar a uma possível liberação de restrições à importação dos frigoríficos brasileiros por alguns países europeus que estão em vigor desde a eclosão da operação Carne Fraca.
Segundo a corretora, os países podem ser obrigados a levantar as restrições de 20 plantas brasileiras que estão suspensas na Europa para evitar lacunas na importação de carnes desses países e ameaça à segurança alimentar, sobretudo em carnes de frango e carne suína, setores cuja exportação ucraniana é mais relevante.