EUA pode enfrentar pior crise sanitária neste inverno, diz CDC

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Foto: freeimages.com / Russel Weller

São Paulo – O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), Robert Redfield, alertou ontem que a pandemia de covid-19 deve causar uma grande crise sanitária nos próximos meses de inverno, pouco antes das vacinas se tornarem amplamente disponíveis.

“A realidade é que dezembro, janeiro e fevereiro serão tempos difíceis”, disse Redfield em uma transmissão ao vivo apresentada pela Fundação da Câmara de Comércio norte-americana. “Na verdade, acredito que eles serão os momentos mais difíceis da história da saúde pública desta nação.”

De acordo com Redfield, o sistema de saúde dos Estados Unidos está a ponto de entrar em colapso, com 90% de todos os hospitais em áreas designadas como “zonas quentes” do coronavírus sendo ocupados.

As altas de casos que vem ocorrendo em todo o país possuem, segundo ele, um índice mais agudo do que qualquer onda anterior da pandemia.

Redfield pediu uma adesão ainda maior às precauções de segurança, como o uso de coberturas faciais, distanciamento social e boa higiene das mãos para retardar a disseminação da doença.

O presidente eleito Joe Biden ampliou a previsão sombria durante uma mesa redonda com trabalhadores e proprietários de pequenas empresas duramente atingidos pelas consequências econômicas devastadoras da pandemia.

“O Natal vai ser muito mais difícil. Não quero assustar ninguém aqui, mas entenda os fatos – provavelmente vamos perder mais 250 mil pessoas entre agora e janeiro. Vocês me entendem?” Biden disse.

Ele celebrou os progressos recentes com relação às vacinas contra a covid-19, mas alertou que o mais importante é garantir que a população norte-americana tenha acesso a imunização, e renovou seus apelos para que as pessoas não viagem nos
feriados de Natal e Ano Novo.

Mais de 270 mil norte-americanos morreram de covid-19 até o momento. O Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington projetou que o número de vítimas poderia chegar a quase 450 mil até 1 de março, sem maior atenção ao distanciamento social e ao uso de máscaras.