Em reunião com Trump, Powell reforça que rumo da política monetária depende de dados econômicos

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Por Carolina Gama

São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que a política monetária nos Estados Unidos é inteiramente dependente de dados que possam afetar a perspectiva econômica. A declaração foi feita durante encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, na Casa Branca.

“Os comentários de Powell foram consistentes com suas observações em suas audiências no Congresso na semana passada. Ele não discutiu suas expectativas em relação à política monetária, exceto para enfatizar que o caminho da política dependerá inteiramente das informações recebidas que afetam as perspectivas da economia”, diz nota do Fed.

Segundo o comunicado, Powell também disse que ele e seus colegas do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) definirão a política monetária, conforme exigido por lei, para apoiar o emprego máximo e preços estáveis e tomarão essas decisões baseadas apenas em análises cuidadosas, objetivas e não políticas.

O chefe do Fed este na Casa Branca para discutir economia, crescimento, emprego e inflação. A visita acontece após dois dias de depoimentos ao Congresso norte-americano, onde sinalizou estar confortável com a taxa de juros atual, mas se mostrou pronto para agir caso algum evento alterasse as expectativas do banco central norte-americano para a economia dos Estados Unidos.

Este ano, o Fomc cortou a taxa de juros três vezes, passando-a para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano.

A REAÇÃO DE TRUMP

Trump, por sua vez, classificou como positiva a reunião com Powell e Mnuchin. “Acabei de terminar uma reunião muito boa e cordial na Casa Branca com Jay Powell, do Federal Reserve. Tudo foi discutido, incluindo taxas de juros, juros negativos, inflação baixa, flexibilização, força do dólar e seu efeito sobre a manufatura, comércio com a China, União Europeia e outros, etc”, disse Trump em uma mensagem no Twitter.

O encontro acontece em um momento no qual o presidente norte-americano tem culpado o banco central pela falta de competitividade dos Estados Unidos e pelo crescimento menor do que o esperado caso a taxa de juros do país fosse ainda menor.