Eleita para presidir STF, Rosa Weber diz que cargo é enorme desafio em tempos tumultuados

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Brasília – A ministra Rosa Weber, que assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo mês, disse que o exercício do cargo é um “enorme desafio” em tempos tumultuados como os atuais, mas prometeu defender a integridade da Constituição e do regime democrático. A ministro foi eleita nesta quarta-feira, seguindo a tradição do Supremo de escolher para a presidência o ministro mais antigo.

“Em especial nestes tempos tumultuados que estamos vivendo, o exercício deste cargo trata-se de um imenso desafio”, afirmou a ministra. “Mas vou procurar desempenhá-lo com toda serenidade e com a certeza do apoio de vossas excelências, sempre na defesa da integridade e da soberania da Constituição e do regime democrático”, completou.

Rosa Weber toma posse no próximo dia 12 de setembro e ficará no cargo um ano. No dia 2 de outubro de 2023, a ministra completa 75 anos e tem de deixar o Supremo, conforme estabelece a Constituição. O vice-presidente do STF será o ministro Luís Roberto Barroso.

A ministra, que também será a presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou que, embora fosse um ato de rotina, estava sensibilizada com a confiança dos demais ministros. Destacou a simbologia do ato e afirmou que o Supremo está acima de todos os seus integrantes.

“Exercer a chefia do Judiciário, na presidência do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, para uma juíza de carreira como eu, na magistratura há 46 anos, é uma honra inexcedível, sobretudo quando se tem a sorte de ter como companhia um ministro generoso, competente e amigo, como o ministro Luís Roberto Barroso”, disse.

Natural de Porto Alegre (RS), a ministra foi indicada para o STF pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2011. É graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi juíza do trabalho e chegou ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) em 2006. Exerceu o cargo de ministra do TST até ser nomeada para o Supremo. Entre 2018 e 2020, foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tendo conduzido as eleições gerais passadas.

Em nome do Tribunal, o atual presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, parabenizou os eleitos, desejando êxito e sucesso na condução da Corte.