Economista-chefe do BCE reitera que aceleração de inflação é temporária

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São Paulo – A recente aceleração na inflação da zona do euro é temporária e os preços devem ser atenuados no próximo ano, permanecendo abaixo da meta de 2% no médio prezo, disse o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane.

“Nossa análise aponta para três fatores temporários que estão agindo para acelerar a inflação hoje, mas devem enfraquecer ao longo do próximo ano”, disse Lane, em texto preparado para discurso em um evento, citando em primeiro lugar a recuperação econômica durante 2021 e o término dos cortes temporários de impostos na Alemanha.

Em segundo lugar, ele destacou as pressões inflacionárias relacionadas a gargalos no fornecimento. “A natureza dessa inflação induzida por gargalos é que há um componente temporário inerente. Em particular, as disparidades entre demanda e oferta devem ser atenuadas ao longo do tempo”, afirmou.

Por fim, “o maior contribuinte individual para a taxa de inflação atualmente elevada é o aumento dos preços da energia”, segundo Lane, acrescentando que os preços os vão cair ou estabilizar no ano que vem.

Em ema entrevista separada para o jornal “El País”, publicada no site do BCE, Lane disse que “este período de inflação é muito incomum e temporário, e não é um sinal de uma situação crônica”, e que a situação é bem diferente de 1970 e 1980 na Europa.

“A inflação está inesperadamente alta no momento, mas acreditamos que cairá no próximo ano. E se olharmos para a situação no médio prazo, a taxa de inflação ainda está muito baixa, abaixo da nossa meta de 2%”, disse. O índice de preços ao consumidor da eurozona subiu 4,1% em outubro em base anual, após a alta de 3,4% de setembro, marcando o maior nível desde julho de 2008.