Dólar alto é problema, mas não interfiro no BC, diz Bolsonaro

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, durante entrega do Plano mais Brasil – Transformação do Estado ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre

São Paulo – A desvalorização do real é um problema, mas o movimento recente foi motivado pelas preocupações com o coronavírus e é preciso ter “paciência”, disse o presidente Jair Bolsonaro ontem à noite, durante uma transmissão em vídeo em suas redes sociais.

“Estamos tendo problema desse vírus aí, o coronavírus. O mundo todo está sofrendo. As bolsas estão caindo no mundo todo. O dólar está se valorizando no mundo todo”, disse ele. “A gente lamenta porque isso aí, mais cedo ou mais tarde vai influenciar naquilo que nós importamos, até no pão, o trigo.”

Bolsonaro disse que tem conversado sobre o assunto com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e negou qualquer interferência sobre o Banco Central (BC).

“Tenho falado com o Paulo Guedes. Eu não interfiro na questão do Banco Central, se vende dólar, se não vende. Falo com Paulo Guedes se a política é essa mesma, e eu tenho que confiar nele. E vou continuar confiando nele, ele faz a política econômica, ele que entende do assunto. O problema agora do dólar, a culpa é do coronavírus. Paciência”, acrescentou.

Ontem o dólar comercial fechou em alta de 0,58% no mercado à vista, cotado a R$ 4,4770 para venda, renovando pelo sexto pregão seguido a máxima histórica de fechamento. A aversão global ao risco prevalece tendo os desdobramentos do coronavírus como pano de fundo. No movimento intraday, a moeda renovou a máxima histórica a R$ 4,5020.