Dívida líquida cai a 61,3% do PIB em março, de 61,7% em fevereiro

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São Paulo – A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu R$ 4,622 trilhões em março, passando de 61,7% para 61,3% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC).

O resultado reflete principalmente a desvalorização de 3% do real no período. Só este fator reduziu a relação entre a dívida e o PIB em 0,6 ponto porcentual (pp). O crescimento do PIB também ajudou, com uma diminuição de 0,4 pp na proporção da dívida em relação ao PIB, assim como o superávit primário (-0,1 pp). No entanto, a incorporação de juros à dívida contribuiu para que a proporção dela no PIB aumentasse em 0,7 pp.

No acumulado de 2021, a relação entre a dívida líquida e o PIB caiu 1,4 pp, principalmente por causa da desvalorização do real no período, de 9,6%, que diminuiu a taxa em 1,8 pp. O crescimento do PIB também ajudou a diminuir a relação dívida/PIB, em 0,8 pp, assim como o superávit primário (-0,7 pp). Na outra ponta, a incorporação de juros à dívida aumentou a proporção dela no PIB em 1,6 pp).

O BC disse também que a dívida bruta chegou a R$ 6,721 trilhões em março, mas caiu de 90,0% para 89,1% do PIB entre fevereiro e março. “Essa evolução decorreu, principalmente, dos resgates líquidos de dívida (redução de 1,0 pp), do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 0,6 pp), e da incorporação de juros nominais (aumento de 0,5 pp)”, disse a instituição em nota.

De janeiro a março, houve aumento de 0,2 pp na relação entre a dívida bruta e o PIB, por causa da incorporação de juros nominais (+1,4 pp), da desvalorização cambial acumulada (+0,6 pp), dos resgates líquidos de dívida (-0,5 pp), e do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,2 pp).

A desvalorização do real ajuda a diminuir a dívida líquida porque eleva o valor em moeda local das reservas internacionais do Brasil, consideradas um ativo que abate parte da dívida do país. No caso da dívida bruta, o efeito é o inverso, porque neste caso é considerada apenas a elevação da dívida brasileira denominada em moeda estrangeira por causa da desvalorização do real.