Diretor do ONS descarta risco de desabastecimento de energia

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O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi. (Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)

São Paulo – O diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, descartou a hipótese de desabastecimento de energia no Brasil, mas ressaltou que o nível dos reservatórios de hidrelétricas atingirá uma mínima histórica até novembro com ou sem a adoção das medidas desenhadas para evitar o agravamento da crise hídrica.

Em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, ele afirmou que a falta de chuvas sobre os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste pode reduzir o porcentual de energia armazenada nas usinas deste grupo para 7,5% se não forem tomadas medidas compensatórias. Com estas medidas, o nível seria de 10,3%. Ambas as taxas são as menores nas duas décadas em que estes dados são acompanhados.

Segundo ele, a adoção das medidas compensatórias mostra “que não teremos nenhum problema de energia ou de potência ao final de novembro de 2021”, e o ONS espera que, “nesta data, estação chuvosa deste ano já tenha chegado”.

Os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste são os mais relevantes do sistema de geração de energia hidrelétrica brasileira porque representam 70% da capacidade de armazenamento de água das usinas do país. No entanto, a quantidade de chuvas abaixo da média na região nos últimos anos deixou estes reservatórios em nível crítico.

São quatro as medidas compensatórias propostas pelo ONS: reduzir as restrições de vazão em Jupiá e Porto Primavera – a medida mais impactante -, reduzir o calado da hidrovia Tietê-Paraná ou paralisar a hidrovia a partir de 1 de julho e flexibilizar a operação dos reservatórios do Rio São Francisco. As medidas, segundo Occhi, permitem aumento na geração de termelétricas e consequente preservação dos reservatórios.