Credit Suisse vê desconto excessivo em papel da B3, que sobe 4%

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São Paulo – As ações da B3 estão entre as maiores altas do Ibovespa após os analistas do Credit Suisse mostrarem uma visão positiva sobre o mercado de renda variável no Brasil e avaliarem que os papéis estão sofrendo um desconto excessivo, reiterando a recomendação “outperform” (equivalente à compra).

Às 13h50 (horário de Brasília), as ações da bolsa brasileira (B3SA3) tinham ganhos de 4,00%, a R$ 17,12.

“A B3 é uma das bolsas mais baratas globalmente. O papel está negociando a um desconto excessivo, tanto em base absoluta quanto em base ajustada pelo crescimento”, afirmaram os analistas em relatório divulgado hoje a clientes.

Para os analistas, a pandemia levou a uma aceleração da tendência de participação de investidores de varejo no mercado de renda variável, com mais pessoas trabalhando de casa, o que também traz volatilidade extra e uma maior rotatividade em todos participantes do mercado (investidores de varejo, clientes institucionais e não institucionais). Esse movimento impulsionou o crescimento significativo do volume negociado pelas ações na B3.

“A média de volume negociado diariamente na B3 passou de R$ 12 bilhões em 2018 para R$ 30 bilhões em 2020 e deve ser de R$ 36 bilhões em 2021, com o mercado experimentando um aumento significativo na velocidade do volume de negócios”, afirmam.

Apesar de serem vistos alguns impactos negativos da pandemia de coronavírus no volume no curto prazo, a expectativa ainda é que a B3 possa manter uma velocidade de volume de negócios maior do que a vista pelos seus pares globais, com fatores estruturais que não apenas a sustentam, mas possam fazer essa velocidade aumentar nos próximos anos. Entre esses fatores, citam a maior participação de investidores locais individuais e institucionais e o ganho de margem frente a bolsas estrangeiras.

“Estimamos que a velocidade de giro das ações no longo prazo para B3 poderia atingir entre 164% e 198% (de 146% atualmente) em um cenário em que o Brasil continua responsável fiscalmente e taxas permanecem em níveis de um dígito”, preveem.

Porém, consideram que os riscos são o aumento da incerteza política e da posição fiscal do país, o que vêm sendo historicamente os maiores problemas do Brasil. Além disso, consideraram o risco de competição no longo prazo, com um surgimento de uma nova bolsa, mas acreditam que a atuação dela seria concentrada mais na área de trading do que no pós-trading.