CPI da covid começará a definir quem será investigado, diz relator

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O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia. (Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado)

São Paulo – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga erros e omissões do governo no combate à pandemia de covid-19 vai começar a apontar as pessoas que efetivamente serão investigadas pelo colegiado, afirmou o relator Renan Calheiros (MDB-AL).

“Eu queria aproveitar a oportunidade para comunicar que estamos ultimando estudos para evoluirmos de fase na investigação. A partir de agora, com relação a algumas pessoas que por aqui já passaram, vamos tirá-las da condição de testemunhas e colocá-las definitivamente na condição de investigados, para demonstrar a fase seguinte do aprofundamento na nossa investigação”, disse ele.

A CPI da pandemia realizou até agora 19 sessões, em que foram ouvidos, na condição de testemunhas, todos os que comandaram o Ministério da Saúde durante o governo do presidente Jair Bolsonaro – Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga-, além de outros integrantes e ex-integrantes do governo federal.

Na lista, estão o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Antônio Elcio Franco Filho, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, e a médica Luana Araújo, que chegou a se anunciada como secretária de combate à covid-19, mas saiu do governo antes mesmo de ser oficializada no cargo.

Também foram ouvidos o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, o gerente geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, a médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), chegou a ser convocado, mas faltou à audiência após ser liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de prestar depoimento, sob o argumento de que já está sendo acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de crimes relacionados aos assuntos investigados pela CPI e não é obrigado a gerar provas contra si mesmo.