CPFL vence leilão e leva CEEE-T por R$ 2,670 bi

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São Paulo – A CPFL arrematou 66,08% do capital social total da CEEE-T, do Rio Grande do Sul, por R$ 2,670 bilhões, em leilão realizado na B3. O ágio foi de 57,13% sobre o valor mínimo estipulado de R$ 1,7 bilhão.

As ações, de titularidade da Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações (CEEE-Par), foram leiloadas em lote único, em certame que teve ofertas de outras cinco companhias.

A CPFL, a Companhia Técnica de Comercialização de Energia e a Mez T3 Transmissora de Energia fizeram as maiores propostas e foram classificadas para o leilão viva-voz, em disputa que terminou com a CPFL como a vencedora.

A CEEE-T é responsável pela operação e manutenção de mais de 6 mil km de linhas (5.900 km próprios) e mais de 15.700 estruturas de transmissão (quase 15.300 próprias) que cobrem todo o Estado do Rio Grande do Sul, com um total de 69 subestações que somam potência instalada própria de 10.513 MVA.

Os estudos, modelagem da privatização e avaliação da companhia têm a coordenação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O trabalho foi supervisionado por equipes do governo do Rio Grande do Sul, com participação de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

CPFL

A CPFL Energia afirmou que possui em caixa a maior parte do dinheiro para comprar a CEEE-T. Já o restante dos recursos necessários devem ser financiados por meio de emissão de dívida no mercado.

“A CPFL vem se preparando para o processo, já temos parte dos recursos no caixa e também há previsão de financiamento no mercado financeiro via emissão de dívida”, disse o presidente da CPFL, Gustavo Estrella, em coletiva de imprensa na B3 após o fim do leilão.

Estrella também confirmou que há interesse em comprar a fatia remanescente da CEEE-T, cerca de 33%, que pertencem à Eletrobras.

“Mais do que o interesse é obrigação, a CPFL vai fazer oferta pública de ações para parcela remanescentes, isso deve acontecer nos próximos meses e faremos no tempo correto”, disse.

O presidente da CPFL ainda disse que pretende elevar a capacidade de investimento da companhia de transmissão gaúcha, que foi de R$ 95 milhões por ano em média, nos últimos três anos, para R$ 1,5 bilhão.

Além de apostar que a CPFL irá conseguir elevar a capacidade de investimentos da companhia, disse esperar outras sinergias no sentido de cooperação e experiência, destacando que a empresa já vem com bons indicadores e que já possuem um histórico de bons negócios no estado do Rio Grande do Sul, com outras parcerias.