Cosan mantém planos de aquisições e de IPOs da Compass e Raízen

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São Paulo – Após concluir, na semana passada, uma reorganização societária que unificou as empresas Raízen, Compass, Moove e Rumo, a Cosan segue otimista com seus próximos passos, planejando aquisições e mantendo os planos de abrir o capital das companhias que ainda não tem ações negociadas diretamente na Bolsa.

A primeira tentativa, no ano passado, foi a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Compass, que atua na distribuição de gás por meio da Comgás, mas a empresa desistiu do movimento após uma piora do mercado.

Segundo o diretor financeiro da Cosan, Marcelo Martins, o objetivo agora é esperar a próxima janela de oportunidades, elegendo ainda a Raízen como a próxima prioridade para ter seu IPO realizado, embora diga que não há pressa.

“Não temos um prazo definido, mas a ideia é que a Compass volte ao mercado e que levante capital para financiar a expansão dos seus negócios, só que tem a Gaspetro e outros investimentos, não existe pressa. Gostaríamos de aproveitar a próxima janela do mercado e a Raízen deve ser a próxima”, disse durante o Cosan Day. A Compass continua negociando com a Petrobras a compra da distribuidora Gaspetro, na qual a estatal possui 51% de participação.

O diretor ainda reiterou que, concluída a reorganização da Cosan, o conglomerado deve continuar a investir e fazer aquisições, o que afirma que é uma característica da empresa.

“As nossas companhias são grandes e autossustentáveis e a ideia é que continuem assim, atendendo às suas próprias necessidades de capitalização. Há caixa em todo o sistema, vamos continuar a investir e nossa natureza é expandir a carteira. Há oportunidades para criar valor, não temos nada agora, mas continuaremos a buscar”, afirmou.

RAIZEN

No caso da Raízen, joint venture da Cosan com a Shell, o foco tem sido em energias renováveis, que devem passar a responder por 70% do crescimento da empresa. Segundo o presidente da Raízen, Ricardo Mussa, uma das oportunidades de crescimento está no etanol de segunda geração, que pode vir a ter plantas adicionais de produção.

“Hoje estamos discutindo aumentar nossa produção de etanol de segunda geração e podemos exportar essa tecnologia, que é nossa, mesmo se um país está fechado para o etanol do Brasil, ele não está para a tecnologia, podemos cobrar royalties”, afirmou também durante o evento.

Mussa também se mostrou otimista com a possibilidade de expansão das lojas da marca Oxxo no Brasil, com a qual passou atuar além das lojas de conveniência Shell Select, por meio de uma parceria com a Femsa.

“Nossos resultados por loja são muito melhores do que esperávamos, mesmo durante a pandemia. Apesar de as vendas terem sido afetadas, não mudamos o ritmo de crescimento, estamos acelerando. Selecionamos Campinas como cidade teste para a Oxxo e vamos acelerar, a prova do conceito foi excelente, estamos empolgados”, contou.