Confiança da construção cai após seis altas, diz FGV

520

São Paulo, 26 de janeiro de 2021 – O índice de confiança da construção caiu 1,4 ponto em janeiro ante dezembro, para 92,5 pontos. Foi a primeira queda depois de seis meses de alta, colocando o índice em nível próximo ao observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. As informações são da Fundação Getulio Vargas (FGV).

“O ano se inicia com um arrefecimento no ânimo dos empresários da construção. O resultado ocorre no momento em que vem ganhando destaque a elevação dos preços dos insumos setoriais entre os fatores assinalados como limitantes aos negócios”, disse Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV.

“Desde setembro, o custo dos materiais vem crescendo como fator limitativo, associado ao expressivo aumento dos preços observados a partir desse período. Essa questão deve se manter entre as principais dificuldades do setor nos próximos meses”, acrescentou.

O resultado negativo em janeiro refletiu tanto a piora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento presente quanto a redução das expectativas em relação aos próximos meses.

O Indice de Situação Atual recuou 1,9 ponto, para 90,5 pontos, interrompendo uma sequência de resultados positivos desde junho de 2020. Os indicadores de situação atual dos negócios e de nível da carteira de contratos recuaram respectivamente 2,3 pontos e 1,4 ponto, para 92,5 pontos e 88,7 pontos.

O Indice de Expectativas diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, de 95,5 pontos para 94,6 pontos, uma queda de 0,9 ponto. O aumento de 2,0 pontos no indicador de tendência dos negócios no mês não compensou a queda de 2,6 pontos no mês anterior. As perspectivas tem se tornado mais voláteis nos últimos meses refletindo o aumento das incertezas do setor, corroborado também pela volatilidade, em sentido inverso, da demanda prevista, que caiu 3,8 pontos neste mês.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção subiu1,1 ponto percentual (pp), para 74,0%. O resultado positivo foi influenciado tanto pelo aumento de 1,3 pp do uso de mão de obra (de 74,1% para 75,4%), quanto pelo aumento de 0,9 pp no nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,6% para 66,5%).