Commodities puxam alta da Bolsa; dólar cai seguindo exteior

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São Paulo – O Ibovespa fechou em alta impulsionado pela Petrobras, Vale e siderúrgicas e acompanhando o bom humor nas bolsas norte-americanas, que passaram por recuperação após as perdas nas últimas sessões. O principal índice da B3 encerrou os negócios com aumento de 0,66%, aos 129.264,96 pontos. O volume financeiro era de R$ 26,4 bilhões.

Os analistas da Ativa Investimentos comentam que o Ibovespa vem operando no campo positivo acompanhando o bom desempenho das bolsas norte-americanas. “As ações atreladas ao petróleo vão ajudando a manter os ganhos”.

Eles avaliam que “os investidores estão olhando a valorização do preço da commodity, devido ao atraso nas negociações entre Irã e Estados Unidos, o que culmina na diminuição da oferta do petróleo. As ações da estatal (PETR3 e PETR4) subiram mais de 2,00%.

Nos primeiros negócios da manhã, a Bolsa oscilou entre perdas e ganhos devido a uma pressão nas ações da Vale (VALE3) com a forte queda do minério de ferro, depois mudou de direção e passou ao terreno positivo. Os papéis da mineradora valorizaram 0,93%.

O analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, comenta sobre a mudança de direção dos papéis da Vale, que é atribuído ao pagamento de dividendos da empresa. “Quem comprar ações da empresa até dia 23 vai receber um yield de 2,00%”.

Em relação a Petrobras, o analista da Codepe Corretora comenta que a alta do petróleo, subiu mais de 2,0% influencia nas ações. Ele ressalta que essa valorização da commodity é atribuída “às eleições do ultraconservador e novo presidente do Irã”.

A MP da Eletrobras está sendo novamente na Câmara dos Deputados. A medida provisória caduca amanhã. As ações da estatal (ELET 3 e ELET 6) subiram 2,92% e 3,42% respectivamente. Costa afirma que “nos bastidores tudo indica que vai passar [a medida provisória]”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,96%, cotado a R$ 5,0220 para venda, renovando o menor valor de encerramento de 2021, em sessão volátil acompanhando o exterior, onde a moeda norte-americana operou fragilizada ante as divisas pares e de países emergentes. À tarde, investidores reagiram às declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre os caminhos da política monetária a partir do ano que vem, em meio à pressão inflacionária no país. Aqui, um fluxo local corroborou para sustentar a queda da moeda.

Para o diretor da Correparti, Ricardo Gomes, o otimismo exibido no exterior nas primeiras horas de negócio, apesar da volatilidade no mercado doméstico, recebeu um “reforço importante” nas palavras do presidente da unidade do Fed de Saint Louis, James Bullard, que “aliviou” o mercado após declarar na sexta-feira, durante entrevista à CNBC, que a taxa de juros nos Estados Unidos poderia subir no fim de 2022, contrapondo os sinais do Fed de o ciclo de aperto monetário poderá iniciar em 2023.

“Depois de ter confirmado em evento que participou sobre a retirada de estímulos da economia pelo banco central norte-americano, ele disse que esse processo levará algum tempo ainda e que a autoridade monetária deverá ter muito cuidado a fim de evitar equívocos”, avalia.

Falando em política monetária, amanhã, o destaque na agenda de indicadores fica para a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), no qual para o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, deve “repetir o tom do comunicado”, divulgado após a reunião que resultou na terceira alta seguida em 0,75 ponto percentual (pp) da taxa Selic. “O Banco Central deve reiterar que subirá a Selic mais duas vezes em 0,75 pp como sinalizado no comunicado”, diz.

O presidente do Fed, Jerome Powell, também estará no foco dos investidores. À tarde, ele dará depoimento na Câmara dos Deputados norte-americana. “O Powell também não deve mudar o tom em relação às falas dele na semana passada depois da decisão do Fed”, acrescenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em queda, com os investidores buscando realização de lucros depois da forte alta observada no decorrer da semana passada, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juro a 4,25% ao ano e endureceu o discurso em relação a seus próximos passos no sentido de tentar controlar a inflação.

Com isso, o DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 5,580%, de 5,625% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,110%, de 7,195%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,19%, de 7,32% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,64%, de 8,77%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações norte-americano fecharam a sessão em alta, com o Dow Jones avançado 580 pontos no melhor dia desde março, recuperando-se de sua pior semana desde outubro depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sinalizou com um aperto monetário antecipado.

Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +1,76%, 33.876,97 pontos

Nasdaq Composto: +0,79%, 14.141,50 pontos

S&P 500: +1,40%, 4.224,79 pontos