Comissão Europeia piora previsão de contração para economia da eurozona; queda deve ser de 8,7% este ano

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Sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt. Foto: Divulgação/ BCE

São Paulo – A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), revisou para baixo suas projeções para a economia da zona do euro para este ano, passando para uma queda de 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB), ante recuo de 7,7% divulgado em maio. A maior contração prevista reflete os impactos da pandemia do novo coronavírus.

A previsão para o crescimento do PIB da zona do euro no ano que vem também foi rebaixada, de 6,3% para 6,1%. Com relação à União Europeia, a projeção passou de queda de 7,4% a baixa de 8,3% para este ano, enquanto para o ano que vem a projeção de crescimento foi revisada de 6,1% para 5,8%.

“Em um esforço para achatar a curva de crescimento de infecções, medidas rigorosas de bloqueio foram implementado causando uma onda de choques de suprimento e de demanda que atingem a economia europeia”, de acordo com a Comissão, no relatório.

Segundo a UE, a economia foi colocada em um estado de “hibernação”, e o impacto dos confinamentos será maior no segundo trimestre do que foi no primeiro, com quedas fortes nos gastos dos consumidores, na produção industrial e na confiança dos empresário, entre outros indicadores.

A Comissão disse também que o impacto da crise gerada pela pandemia não foi o mesmo nos Estados membros, devido a “diferentes início e rigor dos bloqueios e medidas de contenção, bem como a diferentes estruturas econômicas, particularmente a exposição a turismo e serviços dependentes de contato de pessoa para pessoa”.

Assim, contrações acima da média do PIB foram relatado na França, Itália e Espanha (em torno de -5%), enquanto a Alemanha (-2,2%) teve impacto menor. Entre os setores da zona do euro, as contrações também foram assimétricas, com declínios mais acentuados no comércio, transporte, acomodação e serviços de alimentação, bem como artes, entretenimento e outros serviços.

Por outro lado, “houve sinais nascentes de reavivamento desde o rigor das medidas de contenção começaram a diminuir em maio”, e uma retomada é esperada no terceiro trimestre deste ano, diante da “suposição de que a pandemia atingiu o pico na Europa e que não haverá uma segunda grande onda”, com governos continuando seus processos de reaberturas econômicas.

“Supõe-se também que as medidas de política fiscal e monetária anunciadas até a data desta previsão são bem-sucedidas em preservar o tecido econômico”, de acordo com a UE.