China, Cingapura e Hong Kong lideram cenário regulatório em ESG; Setor financeiro ainda deixa a desejar

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ESG, sustentabilidade
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São Paulo – O Thomson Reuters Institute fez uma pesquisa que focou no greenwashing e no ritmo desigual na evolução da regulamentação ESG (por suas siglas em inglês Environmental, Social and Governance) e preparou relatório, mostrando que três países da região Ásia-Pacífico estão definindo o cenário regulatório ESG: China, Cingapura e Hong Kong.

De acordo com o documento, em 2021, esses países fizeram avanços significativos no desenvolvimento de métricas ESG, taxonomias e práticas de divulgação para empresas, bem como no lançamento de mercados de comércio de carbono. “Apesar desse progresso, alguns líderes argumentam que é necessário mais, principalmente no setor financeiro”, diz o documento.

“Onde a indústria precisa melhorar é no financiamento de transição, para fornecer o apoio financeiro para empresas que não são tão verdes a se tornarem mais verdes”, disse Ravi Menon, diretor geral da Autoridade Monetária de Cingapura (MAS) no relatório anual de sustentabilidade do regulador.

mostra que invasão da Rússia na Ucrânia, o aumento dos preços da energia, a polarização política em torno de questões ESG principalmente nos Estados Unidos e outros pontos de estresse, compõem uma tempestade perfeita que desafia as metas de redução de carbono e aumenta o imperativo para as empresas obterem sua licença social. Para ajudar as empresas a enfrentar esses desafios e garantir a conformidade ESG, o relatório “ESG Sob Tensão” alerta para os crescentes riscos legais, regulatórios e de reputação por alegações de lavagem verde a empresas que promovem suas credenciais ESG e pelas exigências regulatórias em dinâmico desenvolvimento.De acordo com o relatório, “a invasão da Rússia na Ucrânia, o aumento dos preços da energia, a polarização política em torno de questões ESG principalmente nos Estados Unidos e outros pontos de estresse, compõem uma tempestade perfeita que desafia as metas de redução de carbono e aumenta o imperativo para as empresas obterem sua licença social.”

O relatório lista, ainda, as áreas que as empresas devem considerar para sua abordagem ESG, incluindo a governança de dados, o desenvolvimento de habilidades em seus talentos, atividades de lobby que garantam regulamentações apropriadas, o desenvolvimento estratégico de suas mensagens corporativos de ESG e a gestão do risco reputacional.

“Entre as tendências previstas no relatório, são mencionadas que os reguladores, ambientalistas e investidores acompanharão mais atentamente as ações das empresas para combater as mudanças climáticas e gerenciar os problemas sociais”, diz o instituto. Espera-se também que isso acelere o uso de créditos de carbono, criando um mercado estimado em US$ 50 bilhões até 2030.

“O ESG não representa apenas um risco regulatório e reputacional para as empresas, hoje não podemos ignorar que ele pode afetar tudo, desde o modelo de negócios, a estratégia, a atração e retenção de talentos, até o acesso ao investimento e impacto nas demonstrações financeiras. Portanto, alinhar as operações aos critérios de ESG é essencial para garantir o futuro dos negócios”, disse Adrián Fognini, Managing Director da Thomson Reuters para a América Latina.

O relatório é complementado por um apêndice que resume os esforços de cada um dos países que compõem o G20 de acordo com os critérios ESG, e entre eles são mencionadas as ações do Banco Central do Brasil e da Superintendência de Seguros Privados (Susep) em apoio ao desenvolvimento de negócios sustentáveis.