São Paulo – A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou o impeachment do presidente do país, Donald Trump, acusado de abuso de poder e de obstrução do Congresso. O processo segue agora para votação no Senado, de maioria republicada.
O primeiro artigo de impeachment, de abuso de poder, foi aprovado ontem à noite por 230 votos a favor e 197 contra, enquanto o segundo artigo, de obstrução do Congresso, passou com 229 votos a favor e 198 contra. O debate na Câmara, de maioria democrata, durou mais de dez horas.
Pelo Twitter, Trump criticou o processo de impeachment, afirmando tratar-se de “mentiras atrozes da esquerda radical”. Segundo ele, “isso é um ataque aos Estados Unidos, e um ataque ao Partido Republicano”. Durante a votação na Câmara, o presidente estava em um comício no Michigan.
Trump é acusado de ter usado seu cargo para pressionar o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, em um telefonema realizado em julho, a investigar Hunter Biden, o filho do pré-candidato presidencial democrata às eleições norte-americanas de 2020, Joe Biden, e que já trabalhou como conselheiro de uma empresa de gás ucraniana.
O presidente norte-americano condicionou a liberação de uma ajuda militar à Ucrânia de cerca de US$ 400 milhões, bem como uma reunião com Zelensky na Casa Branca, ao início da investigação. Os deputados da Câmara abriram um inquérito de para investigar o caso em setembro e, desde então, a Casa Branca se recusou a colaborar.
Trump permanece no cargo até a votação do Senado, que deve ocorrer em janeiro. Dois terços dos senadores precisam votar em favor do processo para que ele deixe a Casa Branca.
Esta é a terceira vez na história dos Estados Unidos que a Câmara dos Deputados vota pelo afastamento de um presidente do país, depois de Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998. Ambos foram absolvidos na votação do Senado.
