Butantan receberá mais insumos para vacina contra covid dia 26

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Doses da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. (Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo)

São Paulo – O Instituto Butantan, responsável no Brasil pela produção da CoronaVac, a vacina da Sinovac, contra a covid-19, receberá no dia 26 o próximo lote de insumos usados para a produção do imunizante. A previsão anterior era de que a matéria-prima fosse entregue no dia 15. O próximo lote de insumos permite a produção de 7 milhões de doses da vacina.

A informação sobre a entrega foi divulgada pelo governador de São Paulo, João Doria, em sua conta no Twitter.

No início do mês, o Instituto Butantan disse que poderia deixar de entregar todas as doses de vacinas contra a covid-19 previstas para maio porque havia insumos suficientes apenas para concluir as entregas até o dia 14, disse o diretor da instituição, Dimas Covas. Ele atribuiu o atraso à demora na liberação da exportação do insumo pela China, e disse que as declarações do presidente Jair Bolsonaro à época pioraram a situação.

“Existe dificuldade. Burocracia que está sendo mais lenta do que seria o habitual, e com autorizações muito reduzidas de volumes”, disse ele em 6 de maio durante uma entrevista coletiva, a respeito da entrega do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) pela China para a fabricação da vacina.

“Esta é a situação. Pode faltar? Pode faltar, e aí temos que debitar isso principalmente ao nosso governo federal que tem remado contra. Essa é a grande conclusão”, afirmou na época.

Segundo o cronograma do Ministério da Saúde, o Butantan entregaria 5 milhões de doses de vacinas em maio. Sem os novos insumos, ficariam faltando 2 milhões de doses.

As declarações de Dimas Covas vieram depois de presidente Jair Bolsonaro insinuar que a China teria usado o vírus causador da covid-19 para promover uma guerra. “É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou se nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês.”

O presidente tentou voltar atrás na declaração no mesmo dia. “Eu não falei a palavra China. Eu falei a palavra China hoje de manhã? Eu não falei”, afirmou. “Agora, muita maldade tentar aí um atrito com um país que é muito importante pra nós. E nós somos importantes pra eles também. Vocês que interpretaram”, completou.