Bullard, do Fed, volta a cobrar postura mais agressiva do Banco para combater inflação

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São Paulo – A inflação dos Estados Unidos está “muito alta”, disse o presidente do Banco Federal de St. Louis, James Bullard, voltando a opinar sobre a necessidade do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aumentar das taxas de juros para 3,5% até o final do ano, afim de controlar as expectativas de inflação e retardar o maior índice para os Estados Unidos nos últimos 40 anos.
“O que precisamos fazer agora é colocar os juros em taxas neutras e começar [o combate à inflação] a partir daí”, disse Bullard em um evento virtual realizado pelo Conselho de Relações Exteriores.
Ele ainda acrescentou que não espera que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) precise aumentar as taxas em mais de 0,5 pontos percentuais nas próximas reuniões. Para o membro do Fed, a taxa de desemprego pode continuar a cair mesmo com aumentos agressivos dos juros, repetindo sua visão de que o desemprego, agora em 3,6%, ficará abaixo de 3% este ano.
Bullard foi o único a votar por um aumento de 0,5 pp nas taxas de juros do Fed na última reunião do Comitê, em março. Ele foi voto vencido na votação, que decidiu por um aumento mais modesto, de 0,25 pp, o que já havia sido amplamente notificado pelo Fed nos últimos meses.
Depois da decisão do Fomc em março, Bullard chegou a dizer que o Banco Central deveria aumentar as taxas de juros ao equivalente a 12 vezes este ano, para convencer a opinião pública de que a instituição está séria no combate à inflação. Ele também cobrou que o Fed iniciasse a redução do seu balanço de US$ 9 trilhões já na reunião de março.
Segundo ele, a motivação em torno de uma posta mais agressiva do Fed gira em torno da necessidade de ajudar a parte de baixo da pirâmide econômica dos Estados Unidos. Para Bullard, os mais pobres são os mais afetados pela inflação crescente do país.