BTG atribui alta da ação da Cemig a cenário eleitoral e possibilidade de privatização

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São Paulo – O BTG Pactual avalia que o movimento de alta de 30% das ações da Cemig no acumulado do ano seja reflexo do cenário eleitoral, em que aposta que a possível reeleição do atual do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, aumentam as chances de que a empresa seja finalmente privatizada, assim como a Copasa.

Nesta quarta-feira, a ação CMIG4 subia 0,31%, a R$ 12,90 por volta das 16h40 (horário de Brasília), quando o Ibovespa subia 0,21%.

“Em Minas Gerais, as privatizações da Cemig e Copasa devem ser aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado, e os investidores veem maiores chances de aprovação em um segundo mandato, especialmente após a capitalização da Eletrobras, que fornece um precedente muito bom”, disseram os analistas do BTG, em relatório após encontro com o CFO da Cemig, Leonardo Magalhães, na semana passada.

A empresa disse estar acelerando seu plano de investimentos para atingir R$ 6,5 bilhões até o final do ciclo tarifário, que passará por revisão em maio de 2023. A companhia avalia que as perdas de energia, que foram reduzidas abaixo do limite regulatório, podem diminuir ainda mais no próximo ciclo, mas isso não levanta preocupações.

No 2T, a Cemig foi uma das distribuidoras que provisionou mais 10 anos de créditos de PIS/Cofins. Embora argumente que as distribuidoras de energia tem direito legal a esses créditos tributários, a estratégia da companhia é esperar para discutir isso em um momento melhor. Eles acreditam que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pode impor metas de eficiência mais rígidas, mas sem pagamentos da concessão.

Na geração distribuída, o recente corte do ICMS (IVA) em Minas Gerais reduziu o retorno dos projetos de geração distribuída em 20%, de modo que eles acreditam que o crescimento continuará, mas em um ritmo mais lento.

O BTG Pactual tem recomendação neutra para a Cemig, com preço-alvo de R$ 13 para doze meses.