"Brasil recobrou credibilidade", diz Bolsonaro em discurso na ONU

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O presidente Jair Bolsonaro, durante a sessão de debates da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU)/ Foto: Alan Santos/PR

São Paulo- O presidente Jair Bolsonaro usou seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas para dizer que o Brasil é um país aberto a investimentos e reforçou lemas de seu governo que são populares junto à sua base mais fiel de eleitores – entre eles o combate à corrupção e ao socialismo e a defesa da existência de um “tratamento precoce” contra a
covid-19.
“Venho aqui mostrar Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões”, disse Bolsonaro no início de sua fala. “O Brasil mudou e muito depois que assumimos o governo em janeiro de 2019. Estamos há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção, o Brasil tem presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição, valoriza a família e deve lealdade a seu povo. Isso é muito”, acrescentou.
“É uma sólida base se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo. Nossas estatais davam prejuízos bilionários, hoje são lucrativas. Nossos bancos de desenvolvimento eram usados para financiar obras em países comunistas, sem garantias. Quem honrava compromissos era próprio povo brasileiro. Tudo isso mudou”, afirmou.
O presidente exaltou as várias concessões de serviços públicos ao setor privado feitas durante a atual administração – em particular a do saneamento e do fornecimento de água no Rio de Janeiro e os leilões para a construção de ferrovias. “Temos tudo o que o investidor procura”, acrescentou.
“Na economia temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes. Meu governo recuperou credibilidade externa e hoje se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos”, afirmou.
COVID-19
Bolsonaro também usou o pronunciamento para criticar as medidas de isolamento social adotadas por vários países para conter a disseminação da covid-19 e defender o chamado “tratamento precoce” – uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença assim que ela é detectada.
“Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label.”
“Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos”, acrescentou.
“Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo”, disse ele.
“No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020”, acrescentou Bolsonaro, em referência ao valor pago naquele ano para quem recebeu o benefício da primeira até a última parcela.
O presidente disse que até novembro “todos que escolheram ser vacinados” contra a covid-19 no Brasil “serão atendidos” e criticou a adoção do passaporte sanitário – documento comprovando que a pessoa foi imunizada contra a covid-19 e que serviria para permitir a circulação dos cidadãos em ambientes fechados.
“Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina.