Boris Johnson sobrevive a voto de não confiança e permanece no cargo

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson / Foto: Pippa Fowles / No 10 Downing Street

São Paulo – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sobreviveu à votação de não confiança dentro de seu próprio partido, garantindo que sua liderança não seja desafiada por pelo menos mais 12 meses.

O Comitê de 1922 do Partido Conservador, que supervisiona os desafios de liderança, disse que 211 legisladores dos 359 representantes conservadores votaram a favor de Johnson permanecer no cargo de chefe do partido contra 148 votos contra. Sob as regras do Partido Conservador, Johnson agora não pode ser contestado por mais um ano.

Os pedidos de um voto de não confiança ficaram maiores depois que um relatório foi divulgado no mês passado criticando fortemente o primeiro-ministro e outras autoridades após várias festas que romperam o bloqueio de covid-19 no escritório e na residência de Johnson em Downing Street.

A estreita vitória de Johnson ocorreu mais porque não há substituto óbvio nas fileiras conservadoras, afirmam analistas. Além disso, muitos legisladores ficaram nervosos com a mudança de líderes enquanto as famílias britânicas lutam com a inflação disparada e os economistas preveem uma recessão.

O desafio de Johnson agora é manter uma base de eleitores díspares, em grande parte construída com base na popularidade do Brexit, que agora se mostra pouco efeitvo. A inflação no Reino Unido está subindo no ritmo mais rápido em 40 anos, e o Banco da Inglaterra prevê que chegará a 10% até o final do ano. Sua estreita vitória hoje mostra que há pouco capital político para o primeiro-misnitro enfrentar as eleições.

A votação foi desencadeada depois que 15% dos legisladores conservadores (ou 54 dos atuais 359 parlamentares do Partido Conservador) enviaram cartas de desconfiança a Graham Brady, presidente do Comitê de 1922 que supervisiona os desafios de liderança dentro do partido.

O número de cartas que Brady recebeu não foi divulgado, embora alguns legisladores tenham emitido declarações públicas nas últimas semanas.

O líder do Partido Trabalhista de oposição, Keir Starmer, pediu aos legisladores conservadores que se adiantem, mostrem liderança e se livrem dele.