Bolsonaro volta a questionar ação contra Adriano da Nóbrega

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O Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta populares no Palácio da Alvorada. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a abordagem da Polícia Militar da Bahia na tentativa de captura de Adriano da Nóbrega. “Se [o que ele soubesse] fosse contra mim, tenho certeza que os cuidados seriam outros” e o interesse seria em prendê-lo com vida, disse ele, em referência ao fato de Nóbrega ter sido morto na operação.

Nóbrega chegou a ser condecorado em 2005 por Flavio Bolsonaro, filho do presidente, e era procurado pela Justiça após ter sido acusado em janeiro de 2019 pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de chefiar grupo criminoso. Na entrevista concedida mais cedo, Bolsonaro voltou a mencionar a hipótese de os policiais terem atirado contra Nóbrega à queima-roupa.

“Peritos [ouvidos pela Revista Veja] alegaram que, pelo que tudo indica, o tiro foi à queima-roupa. Então foi queima de arquivo. Interessa a quem a queima de arquivo? A mim? A mim não. Já tomei as providências legais para que seja feita uma perícia independente”, disse ele.

“Tinha dezenas de pessoas cercando uma casa. A conduta não é essa. A conduta é cercar, e buscar a negociação para se render”, disse Bolsonaro, novamente criticando a operação da polícia baiana.

Ao ser questionado se a investigação em torno da morte de Nóbrega deveria ser federalizada, Bolsonaro disse que estaria “numa sinuca de bico”.

“Alguns podem achar que ao federalizar teria alguma participação, alguma influência no destino da investigação. Se o [ministro da Justiça Sergio] Moro achar que deve federalizar, a decisão é dele”, acrescentou.