Bolsonaro diz ter vontade de privatizar a Petrobras

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O presidente da República,Jair Bolsonaro, discursa durante a solenidade de anúncio do Sistema de Avaliação de Impacto ao Patrimônio e lançamento do Guia Brasileiro de Sinalização Turística. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro disse que ficou com vontade de privatizar a Petrobras depois que o preço dos combustíveis subiram e a culpa deste movimento recaiu sobre ele. O comentário dele foi feito depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defender que a privatização da companhia seja discutida. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também é a favor da privatização. Bolsonaro era contrário até então.
“Aumentou a gasolina, é culpa do Bolsonaro. Eu já tenho vontade de privatizar a Petrobras. Vou ver com a equipe econômica o que eles podem fazer. Eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha”, disse ele em entrevista a uma rádio hoje pela manhã.
O presidente Jair Bolsonaro defendeu durante o seu governo a privatização de companhias estatais, desde que elas não atingissem o que ele considerava serem empresas estratégicas – como a área de exploração e produção de petróleo da Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
A mudança no discurso do presidente vem em reação ao aumento sequencial nos preços dos combustíveis pela Petrobras. A política de preço da empresa consiste em cobrar no mercado doméstico um preço maior que o praticado no exterior, ainda que o custo de produção seja baixo.
O presidente Jair Bolsonaro evita interferir diretamente na companhia e descartou em várias ocasiões forçar a Petrobras a mudar sua política para o preço dos combustíveis. Em vez disso, pressiona para que haja uma mudança na regra de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os combustíveis – quer que a alíquota passe a ser um valor fixo, em vez de um porcentual sobre o preço destes produtos.
Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que prevê esta alteração, mas o texto ainda precisa ser analisado pelo Senado.