Bolsa sobe após seis quedas e dólar vai a R$ 4,14

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Por Danielle Fonseca e Flávya Pereira

São Paulo – Após seis pregões consecutivos de queda, o Ibovespa subiu 1,57%, aos 117.325,28 pontos, puxado pelas fortes altas das ações da Vale e de siderúrgicas, em meio a expectativas positivas sobre a assinatura da primeira fase de um acordo comercial entre China e Estados Unidos, que deve ocorrer na próxima quarta-feira (15). O volume total negociado foi de R$ 21,8 bilhões.

“Estamos em uma semana importante, que vai ter a assinatura do acordo comercial entre China e Estados Unidos, e o Ibovespa está tentando compensar a correção que teve na semana passada, enquanto as Bolsas americanas continuam em recordes históricas”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo.

Apesar de não ser novidade, investidores estão se mostrando otimistas com a concretização da primeira fase de um acordo comercial sino-americano, o que deixa o cenário propício para que Wall Street continue a bater recordes, junto com a menor preocupação com a situação do Oriente Médio.

Para o diretor, a assinatura do acordo também é positiva para a situação da China e, consequentemente, para ações ligadas ao minério de ferro, cujo principal exportador é o Brasil. Além disso, as ações de mineração e siderurgia receberam recomendações positivas de bancos, caso da Vale (VALE3 3,63%), que teve sua classificação “outperform” (equivalente à compra) reafirmada pelo Bradesco BBI.

Nesse contexto, os papéis da CSN (CSNA3 6,05%) e da Usiminas (USIM5 4,37%) também avançam e ficaram entre as maiores altas do Ibovespa. Ainda entre as maiores alta ficaram as ações da Via Varejo (VVAR3 8,54%), que foi incluída na carteira gráfica da XP Investimentos.

Na contramão, as maiores baixas do índice foram da SulAmérica Investimentos (SULA11 -2,27%), da Braskem (BRKM5 -1,31%) e do Pão de Açúcar (PCAR4 -1,09%).

Na agenda de amanhã, investidores devem acompanhar dados da balança comercial da China, índices de preços ao consumidor dos Estados Unidos e dadosdo setor de serviços brasileiro. Para Zuffo, investidores também devem continuar aguardando a assinatura do acordo entre as duas potências, que se confirmando, pode fazer com que a semana seja positiva para o Ibovespa.

Já o dólar comercial fechou em forte alta de 1,04% no mercado à vista, cotado a R$ 4,1400 para venda, pelo terceiro pregão seguido e no maior valor desde 10 de dezembro do ano passado – quando encerrou a R$ 4,1490 – em meio à corrida por proteção de investidores atentos aos eventos da semana com uma agenda de indicadores mais forte e com a assinatura do acordo comercial preliminar firmado entre Estados Unidos e China.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destacou que o real operou em ritmo “destoante” das moedas de países emergentes e ligadas às commodities tendo o pior desempenho entre elas.

“O dólar teve uma forte alta aqui com investidores indo à procura de proteção em meio ao aumento das expectativas de um corte na Selic [taxa básica de juros] em fevereiro, depois dos dados de novembro da produção industrial terem sido decepcionantes”, diz Rugik. O dólar à vista renovou máximas sucessivas ao longo da sessão chegando a R$ 4,1450 (+1,17%).

Para o economista e CEO da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon, a sessão de amanhã pode ser de “correção” após a moeda subir quase R$ 0,10 em três pregões. “Os investidores podem avaliar que hoje o real ficou muito acima das moedas pares e corrigir. Descolamos muito de moedas como o peso mexicano”, ressalta.