Bolsa fecha no positivo, mas reduz ganho com fala de Powell; dólar sobe

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Foto: Paul Pasieczny / freeimages.com

A Bolsa teve mais um pregão positivo, chegou a subir mais de 2%, renovou máximas do ano na marca dos 112 mil pontos, e fechou em alta de % após a fala do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) sinalizando de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais vezes que o mercado estimava. 
Hoje também foi um pregão de valorização das ações de empresas ligadas às commodities, principalmente Petrobras (PETR3 e PETR4), que subiram 2,93% e 2,66%. 
O principal índice da B3 avançou 0,98%, aos 111.289,18 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro subiu 0,97%, aos 111.865 pontos. O giro financeiro foi de R$ 37,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas reverteram o movimento e fecharam mistas. 
Luiz Henrique Wickert, analista sênior da plataforma sim; paul, comentou que a fala de Powell chamou a atenção porque ele não descartou alta de juros em todas as reuniões do Fed e ainda faltam sete; o consenso do mercado era elevação de quatro vezes. “O que causou ruído no mercado é que pode ocorrer mais alta juros que o mercado estava esperando e o Ibovespa reduziu os ganhos”. 
Diante da decisão de hoje, o mercado vai continuar apostando que a alta vai acontecer no mês de março, na data da próxima reunião (15 e 16), disse Wickert. 
O analista sênior da plataforma sim;paul ressaltou que inicialmente o mercado recebeu bem o comunicado do banco central norte-americano com o anúncio de que a instituição vai encerrar a compra de títulos no início de março, mas “não divulgou quando vai começar a reduzir o balanço do Fed, que era a preocupação do mercado”. No momento, o Ibovespa chegou a subir mais de 2%, mas acabou reduzindo o ganho. 
José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora, afirmou que o mercado tem a certeza de que os juros vão aumentar, mas “não sabe quando e quanto; tudo vai depender do comportamento da inflação norte-americana, que segundo Powell ainda persiste em patamar alto”. 
Flávio Aragão, sócio da 051 Capital, afirmou que o movimento da Bolsa é de ajuste técnico “o mercado tinha precificado um cenário tão catastrófico que agora vemos um ajuste técnico de posição para compensar a queda no ano passado com resgaste dos fundos de ações”. Estamos começando a ficar equivalente ao S&P-que subiu 22% no ano passado enquanto caíamos15%, agora o índice norte-americano começou a corrigir”. 
Aragão também comentou que aqui já não temos um risco eleitoral tão evidente como se acreditava, a presença de estrangeiro é expressiva e ajuda o índice com o gringo entendendo mais o Brasil, somado a isso commodity está muito forte com o Brasil se aproximando cada vez mais à China e se beneficiando. A Petrobras e Vale se valorizando e os bancos com uma performance melhor. CÂMBIO: Após fala de Jerome Powell, do Fed, dólar vira e fecha em alta 
O dólar comercial fechou em R$ 5,4420, com alta de 0,14%. A moeda norte-americana foi pressionada, no final da sessão, com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmando que a inflação nos Estados Unidos preocupa, assim como a crise geopolítica europeia e o avanço da pandemia. Powell ainda disse que o aumento dos juros será discutido apenas na próxima reunião, em março. 
De acordo com a especialista em finanças da Toro Investimentos, Gabriela Sporch, “a expectativa é que o Powell sinalize um aumento já para março, mas devido à pandemia e à crise geopolítica o aumento não seja tão agressivo”. 
Sporch crê que o discurso deve ser ameno: “O mercado já precificou que serão quatro altas nos juros, mas o tom de hoje deve ser mais brando”, projeta. 
Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “a bolsa e o dólar estão muito precificados, ficamos muito desvalorizados. Desde o final de dezembro, porém, o real – ao lado do peso mexicano – foi a moeda que mais se valorizou”. 
Weigt não acredita que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) surpreenda nesta tarde: “O Fed mudou o discurso nos últimos meses, admitiu que ele estava com uma postura muito dovish (menos propensa ao aumento dos juros). A mensagem dura eles já deram, hoje o discurso não deve mudar. Isso só deve ocorrer a partir da próxima reunião, em março”, avalia. 
Para a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “mais do que a decisão sobre a taxa de juros, que deve permanecer estável, o mercado vai aguardar pela sinalização do futuro da taxa de juros por lá (Estados Unidos), e a expectativa é que o início do ciclo de aperto monetário seja em março”. 
“A tensão entre Ucrânia e Rússia podem trazer alguma volatilidade aos mercados”, avalia Quartaroli, referindo-se ao imbróglio que persiste na Europa e causa preocupações sobre a retomada econômica da região. JUROS: Taxas fecham em alta após reunião do FED e IPCA-15 As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta nesta quarta-feira (26), com reunião do FED no radar e expectativa pelo IPCA. 
 
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta nesta quarta-feira (26), com reunião do FED no radar e expectativa pelo IPCA. 
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta nesta quarta-feira (26), com reunião do FED no radar e expectativa pelo IPCA. 
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 12,015% de 11,835% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 11,425%, de 11,380%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,040%, de 11,070% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,090% de 11,180%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar com vencimento para janeiro operava em queda, cotado a R$ 5,41 para venda. 
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com o Nasdaq beirando a estabilidade ao subir 0,02%, após o anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciar uma política monetária mais severa, sinalizando um aumento da taxa de juros para março, mesmo mês que irá eliminar os estímulos à economia dos Estados Unidos. 
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices futuros de ações 
dos Estados Unidos após o fechamento:   
                
            Dow Jones: -0,38%, 34.168,09 pontos
            Nasdaq 100: +0,02%, 13.542,1 pontos
            S&P 500: -0,14%, 4.349,93 pontos