Bolsa fecha em queda, com petroleiras e alta da Vale e acumula ganhos pela 3ª semana

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São Paulo – A Bolsa fechou em queda, perdeu os 130 mil pontos, com a queda da Petrobras e petroleiras refletindo o recuo da commodity no mercado internacional, setor financeiro, algumas varejistas e B3 em meio à alta da Vale com o resultado positivo do 4T23. Na semana, encerrou em alta de 0,54%

As ações da Vale (VALE) subiram 0,32%. A Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 0,27% e 0,68%. Petrorio (PRIO3) e 3RPetroleum (RRRP3) recuaram 2,44% e 4,02%. B3 (B3SA3) baixou 1,58%. O Grupo Casas Bahia (BHIA3) liderou queda de 6,92%.

Após o resultado da mineradora que animou o mercado, o Goldman Sachs alterou preço-alvo da Vale para US$18,5 ou R$ 91,94. As ações sobem 2,29%. Já o BTG Pactual trabalha com preço-alvo de R$ 96 e recomenda compra do papel.

O principal índice da B3 caiu 0,63%, aos 129.418,73 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril perdeu 0,59%, aos 131.255 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,5 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o Ibovespa “voltou a perder os 130 mil pontos, com a queda da Petrobras acompanhando a commodity, enquanto a Vale foi um contraponto positivo, apesar de ter se distanciado da máxima do dia, refletindo os resultados mais fortes do que o esperado no último trimestre com o rali do minério de ferro no período”.

Nishimura ressaltou que o índice ficou “preso no canal entre 127 mil e 130 mil pontos há mais de um mês. Mesmo nos seis pregões anteriores, quando subiu, o movimento foi limitado e não conseguiu aproveitar a euforia externa com o rali das techs puxado pela Nvidia”.

Carlos André Marinho Vieira, analista-chefe do TC, disse que a Bolsa opera em queda “puxada por varejo, como Casas Bahia, Carreforur e juniors oil. A Vale apresentou um resultado 50% pior que o ano anterior, apesar disso sobe, e em torno da empresa fica a questão da pressão política, entraves com o governo e expectativas que a empresa seja prejudicada de alguma forma por não ter aceitado o Mantega [Guido] como presidente. O resultado da B3 veio pior que o ano anterior, teve recuo no lucro líquido e queda de investidores e CPFs cadastrados. O resultado da B3 dita o que podemos esperar de fluxo nos próximos trimestres”.

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, disse que a agenda vazia por aqui e no exterior, “boa parte do recuo do Ibovespa hoje está seguindo o movimento no exterior com a queda das commodities, com parte da queda sendo aliviada pela alta das ações da Vale refletindo o bom resultado divulgado ontem”.

Na ponta negativa, temos as ações da Casas Bahia (BHIA3), caía 5,92% refletindo o ceticismo do mercado em relação aos resultados da empresa, e um forte fluxo vendedor atuando no papel, disse Fernandes.

Ricardo Leite, head de renda variável Diagrama Investimentos, disse que a Bolsa está em movimento de realização e falta catalisador para uma alta mais expressiva.

“O varejo está liderando a queda [no Ibovespa] com as ações de Casas de Bahia e desencadeia uma realização em outras empresas do setor, como Magazine Luiza, Assaí e Carrefour, um movimento normal após forte alta de algumas empresas. Carefour, por exemplo subiu 12% essa semana”.

Em relação à Vale, o head de renda variável Diagrama Investimentos disse que o balanço divulgado na véspera em relação ao quarto trimestre de 2023 veio positivo e a expectativa para o minério de ferro é boa.

“Foi um resultado forte devido ao desempenho melhor nos custos, as provisões envolvendo a Samarco deram uma distorcida. O mercado previa uma provisão de passivos, mesmo assim veio melhor do que o esperado. Nós estamos otimistas com o mercado de minério de ferro, principalmente pelo impulso do alívio dos juros para 2024”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,80%,cotado a R$ 4,9925. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o temor de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) adie o início do corte dos juros. Na semana, a moeda teve valorização de 0,53%.

Segundo o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “o fantasma do Fed faz com que o dólar ganhe força globalmente”, referindo-se à política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

O sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, observa que o real está alinhado aos seus pares emergentes, com as últimas falas de dirigentes do Fed que demonstraram parcimônia quanto ao início dos cortes: “Vamos ver se ele (o dólar) tem força para quebrar a barreira dos R$ 5,00”, diz.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham de lado, em dia de alta volatilidade, com mercado de olho nas declarações dos diretores do Banco Central Diogo Abry Guillen, de política econômica, em um evento promovido pela Abrasca, e Gabriel Galípolo, de política monetária, que faz palestra às 19h na Universidade Federal do ABC, em Santo André, Região Metropolitana de São Paulo.

Por volta das 16h40 horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de10,015%, de 10,005% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,850% de 9,840%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,030%, de 10,010%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,280% de 10,280% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta 0,69%, cotado a R$ 4,9915 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em campo misto, perdendo o fôlego do rali recente, mas ainda registrando uma semana de quebra de recordes impulsionada pelos resultados da fabricante de chips Nvidia, focada em inteligência artificial (IA).

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,16%, 39.131,53 pontos
Nasdaq 100: -0,28%, 15.996,8 pontos
S&P 500: +0,03%, 5.088,80 pontos

Confira a variação dos índices na semana:

Dow Jones: +1,30%
Nasdaq 100: +1,40%
S&P 500: +1,66%

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA

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