Bolsa fecha em leve alta com auxílio das petroleiras; dólar encerra a R$ 5,58

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Foto: Pexels

São Paulo -Após dois dias de queda, o Ibovespa fechou levemente em alta com o apoio das petroleiras, principalmente Petrobras, em razão da valorização do petróleo refletindo o conflito no Oriente Médio e o furacão Milton nos Estados Unidos.

A Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 1,66% e 1,15% com o petróleo voltando a subir. PetroRio e PetroRecôncavo fecharam em alta de 2,70% e 2,43%. As ações da Vale (VALE3) subiram 0,47%.

Os destaques de queda ficaram para Klabin (KLBN11, -2,52%), São Martinho (ON, -2,31%) e Suzano (ON, -0,45%), que sofrem com a queda do dólar.

O principal índice da B3 subiu 0,30%, aos 130.352,86 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro registrou ganho 0,39%, aos 130. 510 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,9 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimento, disse que o petróleo ajuda na leve alta do índice.

“O Ibovespa sobe com o petróleo devido aos temores em relação aos conflitos no Oriente Médio, preocupações com a furação Milton e possíveis problemas na distribuição de petróleo. Com isso, ações do setor engataram alta como Petrobras, PetroRio e PetroRecôncavo”.

Alan Martins, analista técnico da Nova Futura Investimentos, disse que o Ibovespa tem leve alta, “mas a falta de fluxo impede um avanço mais consolidado da Bolsa em meio a um cenário de incerteza sobre os juros americanos, incentivos para economia chinesa menores que o mercado esperava, aceleração da inflação aqui e preocupação com o fiscal doméstico”.

Martins comentou que acredita em um corte de 0,25 ponto porcentual (pp) na reunião de novembro, mas o sentimento do mercado é de manutenção.

O analista técnico da Nova Futura Investimentos ressaltou que “tem alguns papéis que estão baratos pelo valuation, como é o caso das blue chips. É muito risco ficar vendido”.

Ele disse que o mercado encontrou preço no patamar dos 130 mil pontos e chamou atenção para o vencimento de opções do contrato futuro do índice na próxima semana, na quarta-feira (16).

“O gringo vendeu bastante futuro [o contrato futuro] ontem, e de repente pode ter um movimento de vencimento [do contrato] querendo pressionar, mas passando isso pode ser que venha um fluxo contrário de compra”.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que “embora o CPI tenha vindo um pouco acima do esperado-+0,2% no mensal e no anual-+2,4%, desacelerou na comparação ano a ano. A parte de moradia avançou menos, uma das melhores coisas dentro do dado. O grande detrator foi energia. Não há alterações e banco central [americano] deve seguir com dois cortes [de juros] de 0,25 ponto porcentual (pp) esse ano”.

Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos subiram em 33 mil para 258 mil na medição semanal. A expectativa era de 230 mil solicitações.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,03%, cotado a R$ 5,5844. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o movimento de cautela à espera dos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Segundo o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, “o dólar está de lado, em compasso de espera por novas notícias. O patamar [do dólar] deveria estar entre R$ 5,35 e R$ 5,40”.

Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, as moedas operam com comportamento misto, com forte volatilidade: “Acho que pode ser um movimento de realização em todos os mercados. Quando o dólar bateu R$ 5,60, começou a cair”, avalia.

“Neste contexto, a inflação dificulta o trabalho do Fed na condução da política monetária americana”, avalia o economista do portal Money You Jason Vieira.

Vieira se refere ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que em setembro teve alta de 0,2% na comparação mensal e acumulou +2,4% em 12 meses. Ambos vieram acima das projeções: 0,2% mensal e 2,3% em 12 meses.

Diferentemente do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) operam em alta, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) que reagem os dados de inflação e de emprego nos Estados Unidos, divulgados pela manhã.

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 11,118% de 11,116% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 12,585%, de 12,510%, o DI para janeiro de 2027 ia a 12,685%, de 12,675%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 12,680% de 12,560% na mesma comparação. O dólar opera de lado, cotado a R$ 5,5854 para venda.

No exterior, os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão desta quinta-feira em queda, com os investidores analisando como o índice de preços ao consumidor (CPI, da sigla em inglês) e os pedidos de seguro-desemprego (que vieram acima do esperado) podem interferir na decisão de corte de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,14%, 42.454,12 pontos
Nasdaq 100: -0,05%, 18.282 pontos
S&P 500: -0,20%, 5.780,05 pontos

 

Paulo Holland, Camila Brunelli e Vanessa Zampronho / Agência Safras News