Bolsa fecha em alta por disparo de Petrobras e ganho de Vale; dólar encerra a R$ 5,48

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta, chegou a tocar o patamar dos 137 mil pontos, puxada pelas empresas ligadas às commodities, principalmente com o forte avanço das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). As petroleiras subiram e as varejistas caíram.

Mais cedo, o Morgan Stanley elevou a recomendação de neutra para compra dos ADRs da Petrobras, negociados na bolsa de Nova York, com aumento do preço-alvo dos recibos de ações de US$ 18 para US$20. Os Adrs da companhia dispararam 7,09%.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 8,96% e 7,26% em meio à crise no Oriente Médio e suspensão na produção de petróleo pela Líbia.

Os papéis da Vale (VALE3) avançaram 1,13% com a alta do minério de ferro em Dalian e Cingapura, com indícios de redução dos estoques da commodity.

Segundo Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, “as ações do setor de papel e celulose não aproveitaram a alta modesta do dólar, que normalmente favorece empresas exportadoras, refletindo as quedas dos preços da celulose de fibra curta, longa e os de revenda da última semana”.

O principal índice da B3 avançou 0,94%, aos 136.888,71 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro subiu 0,81%, aos 138.870 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,4 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistos.

Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos, disse que a Bolsa renovou máxima puxada por preço de petróleo.

“O respiro do Brent está impulsionando a Petrobras, e com o peso relevante no índice leva a Bolsa a tocar nos 137 mil. O preço de petróleo pra cima é bom porque afasta o temor de recessão global”.

Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, disse que

“O Ibovespa avança influenciado por ações de peso no índice. Petrobras sobe devido à alta do petróleo, após a Líbia anunciar a suspensão da produção por disputa entre grupos rivais, e em razão do recrudescimento da crise entre Israel e o Hezbollah. O minério e ferro subiu na China, o que impulsionou Vale, CSN Mineração e siderúrgicas”.

Ricardo Leite, head de renda variável Diagrama Investimentos, disse que a Bolsa sobe sustentada por ações de peso que compõem o índice.

“O Ibovespa está avançando puxado pelas ações da Petrobras com a alta do petróleo e um upgrade do Morgan Stanley [para as ações]. E, pela Vale com o aumento do futuro no minério [de ferro]. O apetite ao risco ainda continua. A fala do Powell [Jerome Powell, presidente do Fed], na sexta [23], em que disse que chegou a hora de ajustar a política monetária”, deu ânimo a esse ritmo”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,16%, cotado a R$ 5,4891. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a tensão geopolítica no Oriente Médio e o impacto disso no petróleo.

A alta do petróleo em razão do conflito geopolítico entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah gera apreensão do mercado.

No final de semana, Israel fez ataques aéreos no sul do Líbano, o que aumenta a escalada de conflitos da região.

Segundo o sócio da Top Gain Leonardo Santana, o conflito no Oriente Médio ainda deve “dar muito pano para a manga”, com desfecho e consequências incertos.

Quanto aos indicadores estadunidenses, que serão divulgados ao longo desta semana, Santana acredita que, neste momento, o Produto Interno Bruto (PIB) é mais importante do que o índice de preços para os gastos pessoais (PCE): “O mercado não está olhando tanto para a inflação mas para o crescimento”, avaliou.

Vanei Nagem, sócio da Prointo! Invest, disse que o dólar está de lado oscilando entre negativo e positivo.

Nagem ressaltou que existe um pouco de temor do dólar e petróleo em alta com a intensificação da crise geopolítica.

“Se o dólar e o petróleo continuarem subindo, vai ter de aumentar a gasolina aqui e vai ter impacto de inflação. Lá fora, tem dados econômicos importantes esta semana -inflação e PIB -, e dependendo como saírem podem sacramentar corte de juros em 0,5 pp”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda – com apenas seu vértice mais curto em terreno positivo – depois que passaram a circular rumores de que o presidente Lula teria chamado o diretor de política monetária Gabriel Galípolo para uma reunião hoje, em Brasília.

Por volta das 16h35 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,830% de 10,810% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,420%, de 11,465%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,395%, de 11,450%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,445% de 11,505% na mesma comparação. O dólar opera de lado, cotado a R$ 5,4855 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com o Dow Jones renovando seu recorde histórico, enquanto os outros principais índices caíram em meio à iminência de cortes na taxa de juros.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,16%, 41.240,52 pontos
Nasdaq 100: -0,85%, 17.725,8 pontos
S&P 500: -0,31%, 5.616,94 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News