Bolsa fecha a alta com Petrobras e acumula ganho de 4,09% na semana; dólar recua

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Foto: Wagner Magni / freeimages.com

São Paulo – A Bolsa fechou a semana em alta de 1,32% e encerrou o pregão desta sexta-feira com avanço de 4,09% favorecida pela boa performance da Petrobras, pelo segundo dia consecutivo, e a recuperação do setor financeiro. O Ibovespa vem operando descolado das bolsas nos Estados Unidos, que terminaram a sessão de forma mista. 
O principal índice da B3 subiu 1,32%, aos 106.927,79 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 1,50%, aos 107.860 pontos. O giro financeiro foi de R$ bilhões. 
As ações da petrolífera (PETR3 e PETR4) subiram 2,09% e 3,72%. Os papéis do Bradesco (BBDC 3 e BBDC4) avançaram 1,51% e 1,60% e Santander (SANB11) aumentaram 1,14% 
Matheus Spiess, analista da Empiricus, afirmou que o Ibovespa está destoando de forma positiva do contexto internacional. “A gente consegue ter uma resiliência frente a outras bolsas no exterior, talvez porque o Brasil já esteja barato demais a alta hoje é impactado por ações que estavam muito baratas, descontadas que apanharam muito nos últimos tempos”. 
O analista da Empiricus comentou que entre as maiores altas estão as ações de shopping e varejo que foram “impactadas positivamente pelos dados econômicos da varejo e de serviços acima do esperado; bancos ajudando o Ibovespa subir e a Petrobras um dos responsáveis por fazer essa distorção entre small caps, que estão apanhando demais desde o começo do ano”. 
Mais cedo os números do varejo e da produção industrial nos Estados Unidos decepcionantes levaram à queda do índice. As vendas no varejo em dezembro caíram 1,9% na comparação mensal; o mercado previa queda de 0,1% e a produção industrial em dezembro, recuou 0,1% e os analistas estimavam alta de 0,2%. Por aqui, as vendas no varejo ficaram acima do esperado, registraram alta de 0,6% em novembro na comparação mensal. 
Bruno Komura, analista da Ouro Preto investimentos, comentou que a sessão de hoje está bem volátil desde o início do pregão, mas passou para viés positivo porque “estamos outperformando com a Petrobras ajudando a segurar o índice devido à notícia sobre a produção de petróleo e gás acima da média em 2021 e perspectiva de produção em 2022 que agradou o mercado”. 
O setor financeiro também está contribuindo para o melhor desempenho da Bolsa. “Os resultados dos bancos lá fora animaram o setor por aqui. No Brasil, o setor financeiro é defensivo”. 
Um ponto de destaque é a entrada de estrangeiros na B3. No dia 12 de janeiro, ingressaram R$ 1,745 bilhões na Bolsa brasileira. 
Komura ressaltou que o tema central ainda é a taxa de juros nos Estados Unidos. “A dúvida é quando o Fed pode começar a ativamente reduzir a carteira. Os indicadores que estão saindo não mudam a visão de um aperto monetário mais intenso pelo Fed”. 
O dólar fechou em R$ 5,5130, com queda de 0,28%. A moeda norte-americana subiu durante grande parte da sessão, mas ao longo da tarde perdeu a força e acabou virando. Isso se deve ao aumento de fluxo de estrangeiro, com o aporte de investidores na bolsa, e ao bom desempenho da balança comercial chinesa. 
Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, “no Brasil, tivemos um início de dia descolado dos pares emergentes, mas o bom desempenho do varejo brasileiro e da China fez com que o real acompanhasse seus pares”. 
De acordo com a equipe da Ouro Preto Investimentos, “o dólar está se apreciando contra a maioria das moedas, inclusive no DXY (cesta de moedas de economias desenvolvidas). O aumento dos juros nos Estados Unidos, que é consenso que deve ocorrer já em março, faz com que o investidor busque um mercado mais seguro”. 
“Aos poucos o mercado vai absorvendo o discurso mais hawkish (duro, favoráveis ao aumento dos juros) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), assim como a diminuição da compra de ativos, injetando menos liquidez na economia”, pontua a Ouro Preto. 
Para o economista-chefe do Banco Mizuho, “o comportamento da moeda foi surpreendente, já que os membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deram discursos bastante hawkish, dando a entender que poderia haver até quatro elevações, e não três como previsto inicialmente”. 
Rostagno acredita que o movimento de hoje, embora contraste com os indicadores ruins dos Estados Unidos, é de ajuste técnico: “Ainda assim o real está valorizado na semana”, observa. 
Na opinião da economista-chefe do Banco Ouro, Fernanda Consorte, “vamos ter um dia de mercado atento à discussão do aumento aos servidores públicos, no Brasil, além da piora nos números da pandemia e como isso pode afetar a atividade econômica”. 
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam de lado nesta sexta-feira (14), em dia de sessão volátil. O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 11,940% de 11,915% do ajuste anterior e o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 11,590% de 11,565%. O DI para janeiro de 2025 ia a 11,225% de 11,195% do ajuste anterior e o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 11,140% de 11,120%. No mercado de câmbio o dólar operava em leve queda, cotado a R$ 5,5140 para venda. 
Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento: 
           Dow Jones:  -0,56%, 35.911,81 pontos
           Nasdaq Composto:  +0,59%, 14.893,8 pontos
           S&P 500: +0,08%, 4.662,85 pontos