Boeing suspenderá produção de 737 Max a partir de janeiro

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Foto: Divulgação/Boeing

Por Julio Viana

São Paulo – A empresa norte-americana de aviação Boeing anunciou que irá suspender a produção do modelo 737 MAX a partir de janeiro devido à extensão do prazo para a aprovação das aeronaves por parte das reguladoras para o próximo ano.

“Essa decisão é motivada por vários fatores, incluindo a extensão da certificação até 2020, a incerteza sobre o cronograma e as condições da retomada da operação e das aprovações do treinamento em âmbito global e a importância de garantir que possamos priorizar a entrega das aeronaves armazenadas”, afirmou a empresa em comunicado à imprensa.

O anúncio chega logo após uma reunião da diretoria da empresa feita em Chicago ontem após a a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) afirmar que não deve permitir que o 737 Max entre em operação novamente antes do final do ano. A companhia tentava decidir se suspendia ou reduzia a produção do modelo.

A Boeing informou que enquanto ocorria a paralisação de operações do modelo, a companhia chegou a produzir 400 aeronaves do tipo, que agora encontram-se armazenadas. “Decidimos priorizar a entrega e suspender temporariamente a produção a partir do próximo mês”, escreveu ela.

A empresa afirmou que a “retomada de operação do 737 Max com segurança é nossa principal prioridade” e por isso quer garantir um “processo robusto” de certificação que garanta a confiança das agências reguladoras e dos clientes.

Segundo a companhia, a suspensão na produção ainda não deve afetar seu número de mão de obra empregada. “Durante esse período, nosso plano é que os funcionários afetados continuem trabalhando em atividades relacionadas ao 737 ou sejam temporariamente designados para outras equipes nas instalações em Puget Sound”, afirma a Boeing.

O modelo 737 Max está fora de operação em todo o mundo desde março, depois que dois acidentes – na Indonésia e na Etiópia – mataram mais de 300 pessoas. Desde então, a fabricante norte-americana é alvo de análise pela FAA e pelo Congresso dos Estados Unidos com relação à sua segurança.