BNDES e governo do Rio lançam edital para concessão da Cedae

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São Paulo – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o governo do Rio de Janeiro lançaram, hoje, edital para concessão do serviço de saneamento no estado, atualmente prestado pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae).

Os vencedores do leilão, que está previsto para o dia 30 de abril na B3, em São Paulo (SP), deverão universalizar o fornecimento de água e esgoto para mais de 12,8 milhões de pessoas em até 12 anos, objetivo previsto no novo marco regulatório do saneamento, sancionado em julho deste ano.

O projeto deve gerar 45 mil empregos, investimentos de cerca de R$ 30 bilhões e pelo menos R$ 10,6 bilhões em pagamentos de outorgas pelos concessionários para o Estado do Rio de Janeiro e para os 35 municípios fluminenses que aderiram ao projeto, informou o BNDES.

Com a universalização do serviço, cerca de 5,7 milhões de pessoas passarão a ter acesso à coleta e ao tratamento de esgoto. Atualmente, dentro da área a ser atendida, 26 cidades contam com cobertura de rede de esgoto inferior a 50% – e seis delas não possuem qualquer acesso ao serviço

Serão licitados quatro blocos, compreendendo cerca de 90% da população coberta pela Cedae, que continuará responsável pela captação, tratamento e fornecimento de água aos concessionários dos sistemas Guandu e Imunana/Laranjal. A concessão tem prazo de duração para exploração o serviço de 35 anos.

A divisão em áreas tem como objetivo tornar viável a operação e garantir os investimentos necessários, mesmo nas regiões menos atrativas economicamente, sem necessidade de aumento tarifário. A tarifa social aplicada pela Cedae, destinada à população de mais baixa renda, que hoje é cobrada de 0,54% das unidades, deverá ser expandida para até 5%.

O projeto também vai gerar investimentos de R$ 2,6 bilhões em cinco anos para combater causas da poluição da Baía da Guanabara, com expectativa de R$ 4,7 bilhões em economia com saúde e ganhos de produtividade, além de retorno estimado de cerca de R$ 800 milhões com turismo.

Durante esse período também serão aplicados R$ 2,9 bilhões na redução da poluição do Rio Guandu, que abastece a maior parte da Região Metropolitana, e R$ 250 milhões para auxiliar na despoluição das lagoas de Jacarepaguá e da Barra. Além disso, os responsáveis pela exploração do serviço deverão investir ao menos R$ 1,86 bilhão na ampliação do abastecimento de água e esgotamento sanitário em favelas não urbanizadas no município do Rio de Janeiro, comprometendo-se com a continuidade de prestação do serviço.

Além dos benefícios para a população, a concessão terá efeitos financeiros positivos para o governo do Estado – que receberá pelo menos R$ 8,5 bilhões em outorgas – e para os 35 municípios que aderiram ao projeto – que deverão arrecadar, em conjunto, cerca de R$ 9 bilhões durante todo o período de concessão.