Biden pede unificação em seu discurso final na convenção democrata

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em discurso / Foto: Campanha de Joe Biden

São Paulo — O discurso do ex-vice-presidente Joe Biden, e agora oficialmente o candidato à presidência dos Estados Unidos, na última noite da convenção Democrata focou em sua determinação para tirar a nação da pandemia do coronavírus, ressaltando suas diferenças com o atual presidente norte-americano, Donald Trump, e pedindo a unificação da nação em torno de um só propósito.

“Unidos, podemos e iremos superar esta temporada de trevas na América”, declarou Biden. “Aqui e agora, dou-lhe a minha palavra: se me confiarem a presidência, recorrerei ao melhor de nós, não ao pior. Serei um aliado da luz, não das trevas.”

“Este não é um momento partidário, deve ser um momento norte-americano”, acrescentou. “Esta é uma eleição de mudança de vida que determinará o futuro dos Estados Unidos por muito tempo.”

Biden, que perdeu sua primeira esposa e filha em 1972 e seu filho Beau Biden em 2015, falou às famílias daqueles que morreram durante a pandemia, dizendo que entendia “como é difícil ter esperança”.

“Descobri que a melhor maneira de superar a dor, a perda e a tristeza é encontrar um propósito”, disse Biden. “Como filhos de Deus, cada um de nós tem um propósito em nossas vidas. Temos um grande propósito como nação.” Ele também deu crédito a sua esposa, Jill Biden, e a membros de sua família unida por terem lhe dado coragem.

O ex-vice-presidente chamou a nação norte-americana de “resiliente” enquanto passa por uma das maiores crises sanitárias do século, assim como suporta as consequências econômicas do acontecimento. “Sempre acreditei que você pode definir a América em uma palavra: possibilidades”, disse ele.

Após seu discurso, Biden se juntou à sua companheira de chapa, a senadora Kamala Harris, e seus respectivos cônjuges para uma exibição de fogos de artifício. Usando máscaras, eles deram as mãos e as ergueram para a multidão.

A noite final da convenção também apresentou os ex-candidatos à presidência o senador Cory Booker, Pete Buttigieg, Michael Bloomberg e Andrew Yang fazerem discursos separados que focaram nas consequências humanas e econômicas da pandemia.

“Joe Biden e Kamala Harris conhecem a dignidade de todos os trabalhadores americanos. Eles conhecem a urgência e a demanda de nosso sonho”, disse Booker. “Mas os trabalhadores estão sob ataque, a diferença de riqueza cresce, nossa classe média encolhe e a pobreza persiste.”

Bloomberg também mirou no histórico de Trump como incorporador imobiliário. “Ele levou suas empresas à falência seis vezes, sempre deixando para trás clientes e empreiteiros que foram enganados e fraudados e pararam de fazer negócios com ele”, disse Bloomberg. “Bem, desta vez, todos nós estamos pagando o preço. E não podemos deixá-lo escapar impune de novo.”

O evento televisionado apresentou liberais no partido, liderados pelo senador Bernie Sanders, de Vermont, e republicanos como o ex-governador de Ohio, John Kasich, para enviar uma mensagem de que qualquer americano que esteja desencantado com Trump é bem-vindo na coalizão de Biden .