Biden avalia primeiro ano de mandato com Rússia, covid e inflação no radar

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden / Foto: Casa Branca

São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avaliou seu primeiro ano de mandato durante entrevista com jornalistas no início da tarde, destacando o combate à inflação, as medidas do governo em relação à variante Ômicron e as negociações em andamento com a Rússia a cerca do conflito no leste da Ucrânia.
Sobre a economia, Biden afirmou que é um momento apropriado para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reajustar sua política monetária para cumprir seu mandato de estabilidade de preços. Ele, no entanto, não sugeriu uma forma de fazer isso, dizendo que confia na independência do banco.
“Os objetivos do Fed são pleno emprego e estabilidade de preços. Hoje, temos um problema com inflação então acho apropriado que o banco revise sua política”, disse Biden.
Outro ponto que impacta a economia dos Estados Unidos é o alto índice de contaminação pela covid-19, sobretudo após a descoberta da nova variante Ômicron. O país lidera o número de infecções e mortes no mundo, com 68.221.992 infectados e 856.628 mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins.
O presidente afirmou que a situação nos Estados Unidos em relação ao coronavírus é claramente melhor do que há um ano e o país não vai voltar a aprovar lockdowns, apesar da onda de casos da variante Ômicron.
“Estamos num lugar melhor hoje do que há um ano. Não vamos voltar para os lockdowns. Não vamos voltar a fechar escolas. A escola deve ficar aberta”, disse Biden.
As questões políticas com a Rússia foram um dos assuntos mais abordados à Biden pelos jornalistas. De acordo com o presidente, as conversas realizadas até agora com o Kremlin ainda não “resultaram em nada”, e Washington acredita que os russos possam invadir a Ucrânia a qualquer momento.
Biden advertiu os russos que se houver uma invasão à Ucrânia “será um desastre”. O presidente ponderou que os russos possuem superioridade militar avassaladora sobre os ucranianos.
“A Rússia será responsabilizada se invadir e dependendo do que fizer; uma coisa é uma incursão menor e então acabamos tendo que decidir sobre o que fazer e o que não fazer, mas se eles realmente fizerem o que são capazes de fazer com a força militar montada na fronteira, será um desastre para a Rússia se invadir a Ucrânia”, disse o presidente.
Biden ainda sugeriu como sanções à Rússia suspender qualquer tipo de transações em dólar com bancos do país, o que impactaria de forma significante a economia da nação europeia, mas também as economias dos Estados Unidos e da Europa.
“A imposição de sanções [à Rússia] em transações em dólar são questões que terão um impacto negativo sobre os Estados Unidos, bem como sobre as economias da Europa, assim como um impacto devastador sobre a Rússia.”
As negociações na semana passada com a Rússia não conseguiram diminuir a distância entre Moscou e as nações ocidentais, e os Estados Unidos estão se preparando para a possibilidade de uma invasão russa da Ucrânia. A Casa Branca descartou o envolvimento militar direto, e as autoridades dizem que o Biden procuraria reunir aliados em torno de sanções se isso acontecesse.