BCE observa aumento de títulos de empresas sem grau de investimento

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Sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt. Foto: Divulgação/ BCE

São Paulo – A pandemia do novo coronavírus levou a condições financeiras mais rígidas na zona do euro e ao aumento da quantidade de títulos de empresas que perderam grau de investimento, os chamados “anjos caídos”, de acordo com o Banco Central Europeu (BCE).

“Embora o programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês) tenha contribuído para aliviar as condições financeiras e estimular a emissão, preocupações com as perspectivas de rentabilidade corporativa implicam que as condições financeiras para empresas e bancos continuam mais rígidas do que antes do surto da pandemia de coronavírus”, diz a ata da reunião do Conselho do BCE dos dias 29 e 30 de abril.

Segundo o documento, os emissores com grau de investimento enfrentaram spreads cerca de duas vezes maiores do que antes da crise, refletindo em parte as expectativas de um aumento notável nas reduções de ratings.

“O número de títulos de ‘anjos caídos’ está aumentando, enquanto os rebaixamentos de emissores de alto juro já estão muito mais proeminentes. As taxas de inadimplência corporativa podem aumentar de forma mensurável nos próximos doze meses”.

Além disso, a maioria dos spreads de títulos soberanos da zona do euro aumentou em relação aos títulos de referência alemães, independentemente de sua classificação de crédito, diz a ata.

“Em algumas jurisdições, os spreads de títulos haviam retornado temporariamente ou até aumentado acima dos níveis observados antes do anúncio do PEPP, composto por expectativas de aumento das necessidades de emissão e alta incerteza predominante em torno das consequências econômicas e financeiras da crise”.

Por fim, o BCE também vê “sinais de que os prêmios de liquidez provavelmente exacerbaram a pressão de alta sobre os prêmios à prazo resultante do aumento das necessidades de emissão” de dívida de governos para financiar