BCE está pronto para ajustar compras de ativo, reforça ata

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. Foto: Divulgação/ BCE

São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) está pronto para agir, se necessário, para apoiar a economia da zona do euro, severamente afetada pela pandemia do novo coronavírus, de acordo com a ata da reunião mais recente do Conselho da instituição, realizada nos dias 29 e 30 de abril.

“O Conselho do BCE está totalmente preparado para aumentar o tamanho do programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês), e ajustar sua composição, tanto quanto necessário e pelo tempo necessário”, diz o documento.

O BCE “está pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado, para garantir que a inflação avance em direção à sua meta de maneira sustentada, em linha com o compromisso com a simetria” e também para garantir o funcionamento da transmissão da política monetária para toda a zona do euro.

Os membros do Conselho destacaram que as medidas de política monetária do BCE adotadas em março e reforçadas em abril “proporcionaram uma acomodação monetária vigorosa”. As medidas incluem o PEPP, de 750 bilhões de euros, e uma nova série de operações de refinanciamento de emergência a longo prazo (PELTRO, na sigla em inglês), entre outras.

“Ao mesmo tempo, foi advertido que a política monetária não era capaz de resolver esses problemas por conta própria e que a política fiscal também precisava desempenhar um papel essencial. No geral, considerou-se que quanto mais a crise durasse, maior o risco de efeitos de amplificação financeira”.

Segundo a ata, os mercados financeiros continuam mostrando sinais de fragilidade.

Os membros do Conselho BCE destacaram ainda que economias europeia e mundial passam por uma contração econômica extraordinária e severa, com o Produto Interno Bruto (PIB) da eurozona caiu 3,8% no primeiro trimestre em base trimestral. “A forte desaceleração econômica em abril sugeriu que o impacto provavelmente seria mais grave no segundo trimestre”.

A ata reconheceu que há incertezas quanto à duração da pandemia e de suas consequências econômicas. Por outro lado, “olhando para além das disrupções imediatas decorrentes da pandemia do novo coronavírus, é esperado que o crescimento da zona do euro seja retomado à medida que as medidas de contenção sejam gradualmente levantadas, apoiadas por condições favoráveis de financiamento, pela orientação fiscal da zona do euro e pela retomada da atividade global”.