BB Seguridade eleva projeções de olho na vacinação e inflação

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São Paulo – A BB Seguridade disse que a revisão das projeções de crescimento para 2021, de 8% a 13% para 1% a 6% nos resultados operacionais, de 10% a 15% nos prêmios da Brasilseg (de 7% a 12%) considera os impactos da covid-19 nos resultados do primeiro semestre, avanço da vacinação e o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) no segundo semestre.

“Esperamos que a frequência de mortes por covid-19 caia consideravelmente com o avanço da vacinação, mas ainda é cedo para avaliar”, disse Rafael Sperandio, diretor executivo da BB Seguridade, na teleconferência de resultados da companhia.

A companhia registrou um impacto de R$ 428 milhões no resultado da Brasilseg por conta da elevação de sinistros devido a evolução de novos casos e óbitos relacionados à covid-19, que responderam por cerca de 19% do total, no acumulado até julho. Segundo o executivo, este impacto foi maior que o registrado em todo o ano passado, mas vem caindo desde maio.

Para o segundo semestre, a BB Seguridade tem uma perspectiva de resultado mais positiva, influenciada pelo movimento dos índices e da taxa Selic e por uma perspectiva de negócios mais favorável, especialmente com o aumento das vendas por meio dos canais digitais, que espera ser maior que o aumento de 35% nas vendas por esses canais no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2020.

A companhia disse que poderá pagar um volume maior de dividendos no segundo semestre – mas ainda não sabe detalhar de quanto será o aumento – e que, em virtude do cenário econômico e da estratégia de realização de investimentos, manteve um patamar mais conservador no primeiro semestre.

“Apesar do bom resultado operacional, os impactos financeiros e aumento da sinistralidade acabaram consumindo o lucro líquido da companhia”, comentou Sperandio.

No semestre, a companhia destacou a venda de R$ 8,8 bilhões em vendas para fundos multimercados, com R$ 22,2 bilhões em migrações de clientes para este produto, como resultado de estratégia comercial.

A companhia disse que retração de 23% no lucro líquido do segundo trimestre, em de comparação base anual, foi influenciada pela defasagem do IGP-M, que variou de 4,51%, enquanto em junho, foi 0,6%. No acumulado do ano, o impacto do indexador no resultado foi menor (R$ 42 milhões). A companhia também registrou aumento da sinistralidade, com o pico em abril, de 31,4% para 51,1%, na comparação entre os segundos trimestres, e de 30,6% para 44,7% na comparação anual entre os primeiros semestres.

“É difícil que o IGP-M fique acima do IPCA. O Banco Central mostra uma tendência de convergência entre os dois índices, o que deve impactar positivamente nossos resultados”, disse Sperandio.

“O desafio maior é casar a duração, por conta da volatilidade do índice (IPCA). Estamos buscando focar na redução da volatilidade para depois direcionar ao prolongamento das carteiras”, acrescentou.

No segundo trimestre, a companhia registrou crescimento de 24% em seguro de vida, 32% em seguro rural, 64% contribuições de previdência e 15% em receitas de corretagem.

O resultado operacional foi de R$ 855 milhões, queda de 1% ante o segundo trimestre de 2020 e retração de 6% ante o trimestre anterior.

NEGÓCIOS

A BB Seguridade vai lançar novos produtos, com destaque para a integração de CRM do Banco do Brasil e assim, lançar uma oferta mais personalizada aos clientes, afirmou o novo presidente do BB Seguridade, Ulisses Assis.

No segundo trimestre, a empresa investiu R$ 55 milhões em arquitetura de TI para desenvolver produtos de forma acelerada. O primeiro foi um produto para a linha residencial.

O executivo destacou a captação em seguro auto e o novo produto para celular e a geração de negócios por meio da estratégia de digitalização, diversificação e canais e novos modelos de negócios.

Outros produtos lançados foram Pecuário Faturamento, Vida Agricultura Familiar e o piloto do Brasilprev Flex.

A empresa lançou um novo portal para venda de seguros e está buscando melhorar a experiência do cliente para melhorar indicadores de atendimento, como o NPS, que aumentou 3,5 pontos percentuais no primeiro semestre, acima do projetado para o período, de 2,4 pp ante dezembro de 2020.