Banco do Brasil busca parceiro para BB DTVM e avalia IPO de BV

652
Foto divulgação: Banco do Brasil

São Paulo – O Banco do Brasil segue com o plano de vender ativos que não são “core” (essenciais) e procurando soluções para a asset BB DTVM, para o banco BV e para a Elo. No caso da DTVM, a busca é por parceiro estratégico, já no caso do BV há a possibilidade de um oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ou de uma venda do ativo.

“O mercado de asset no Brasil passa por muita pressão, há muitos consultores, boutiques de investimentos, o ideal seria parceiro, continuamos com estudos para identificar possíveis parceiros, mas no momento não temos nada concreto para divulgar”, disse o presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, em coletiva de imprensa de resultados.

Já sobre o BV, Ribeiro disse que havia um plano de IPO que acabou sendo abortado em função das condições do mercado e que estão abertos também a compradores. “Se houver uma janela positiva, voltamos com o IPO e se existir eventuais compradores também avaliamos”, afirmou.

AGÊNCIAS

Sobre o plano de redução de agências que foi anunciado pela gestão anterior, que foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro na época, Ribeiro reiterou que ele seguiu em execução pois já havia sido aprovado, com fechamento e reformulações no segundo trimestre. Daqui para frente, o executivo também afirmou que devem continuar avaliando o tamanho da rede.

RETORNO DE FUNCIONÁRIOS

Sobre o retorno de funcionários aos escritórios, o presidente do banco disse que ela será natural e pode vir para a pauta no segundo semestre, sem dar mais detalhes, mas destacando que ela será gradual e com cuidado, além de buscar conscientização da vacinação.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Assim como os grandes bancos privados, o presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, acredita que a proposta da reforma tributária poderia ter uma regra de transição para que não afetasse imediatamente o balanço dos bancos, que são obrigados a rever créditos tributários e fazer impairments quando há mudanças de alíquotas de impostos.

O banco público também disse que avalia o impacto do fim do juros sobre capital próprio (JCP) proposto pela reforma, mas não considerou ainda se pode antecipar o pagamento de dividendos, como foi feito pela Petrobras.

“Consideramos a reforma necessária para o país, mas ela ainda deve sofrer alterações e existem assuntos que requerem mais aprofundamento, concordamos com alguns pontos levantados pelos bancos privados, como a questão do impairment, talvez o ideal seria uma regra de transição mais suave para não ter impacto imediato nos balanços dos bancos”, afirmou em coletiva de imprensa dos resultado.

Ribeiro citou estudos feitos pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que apontam que a proposta do jeito que está pode acabar tirando poder de alavancagem dos bancos, com impacto em torno de R$ 500 bilhões, o que avalia como negativo no momento em que a economia precisa de impulsionamento.

Em relação ao fim do JCP, o vice-presidente de gestão financeira e de relação com investidores, José Ricardo Fagonde Forni, afirmou que este ano já foi pago o máximo de JCP possível e que seguem com poltica de 40% de payout de pagamento de dividendos, mas seguem avaliando como ficará a proposta da reforma tributária para saber se será necessário fazer alguma mudança no segundo semestre.

Questionado se o banco poderia antecipar o pagamento de dividendos a exemplo do que anunciou ontem a Petrobras, Forni disse que a princípio isso não foi considerado e também não deu detalhes sobre possível recompras de ações, reiterando que a questão será avaliada ao longo do semestre.