Banco do Brasil e Banco Mundial discutem destinar mais de US$ 500 mi ao mercado de carbono

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Foto divulgação: Banco do Brasil

São Paulo – O Banco do Brasil firmou um memorando de entendimentos com o Banco Mundial para discussões acerca de um empréstimo de US$ 500 milhões e prazo de pagamento de até 20 anos, com o objetivo de promover a redução da emissão e a remoção de gases de efeito estufa (GEE) ao incentivar uma participação maior do setor privado nos mercados de crédito de carbono.

A previsão é de que, deste total, US$ 400 milhões sejam destinados para linhas de crédito e US$ 94 milhões para a criação de um fundo de dívida climática. Outros US$ 6 milhões poderão ser destinados para assistência técnica a projetos de geração de créditos de carbono em mecanismos de monitoramento, reporte e verificação (MRV) e ao desenvolvimento de uma plataforma para monetização e comercialização de créditos de carbono, informou o banco, em nota.

O documento foi assinado nesta sexta-feira (20/5) por Paloma Casero, diretora do Banco Mundial para o Brasil, e o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, durante o durante o congresso “Mercado Global de Carbono”, no Rio de Janeiro, promovido pelo BB, Petrobras e governo federal.

A partir da aprovação do documento, o Banco do Brasil pretende expandir as fontes de financiamento verde para apoiar empresas e projetos que possam gerar créditos de carbono e/ou reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE).

A intenção é destinar as linhas de crédito para pequenas e médias empresas, agricultores e projetos de infraestrutura, a fim de promover atividades capazes de reduzir GEE e ou gerar créditos de carbono de alta qualidade e para aumentar o acesso das companhias e projetos brasileiros aos mercados de crédito de carbono nacionais e internacionais.

O Banco Mundial atua em 160 projetos em 65 países relacionados às questões climáticas e ao mercado de carbono, diz a nota do BB.

ACORDO DE 100 MI DE EUROS

No mesmo evento, o BB e a Agência de Desenvolvimento Francesa (AFD) anunciaram um acordo de empréstimo de 100 milhões de euros com objetivo de apoiar o envolvimento do BB com as NDCs brasileiras (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada). A participação na NDC envolve compromissos voluntários assumidos por cada país signatário do Acordo de Paris para colaborar com a meta global de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE).

Para atingir as NDCs, o BB vai expandir a oferta de linhas de financiamento a projetos no setor de energia renovável, tecnologias já consagradas na redução de emissões de GEE. Além disso, estão previstas parcerias que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável e a inclusão social no setor público brasileiro, no desenvolvimento de programas e de novas soluções financeiras de interesse do BB.

O acordo também contempla a Cooperação Técnica e Financeira de 300 mil euros para auxiliar o banco em atividades relacionadas aos riscos climáticos, além do desenvolvimento de ferramentas para avaliação das emissões de carbono.

O memorando de entendimentos foi assinado nesta semana pelo presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, e o diretor regional adjunto da AFD para o Brasil.